66 PERFIL DOSSIER CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA APAL promove economia circular na construção Produzir alumínio reciclado exige muito menos energia e liberta uma quantidade substancialmente inferior de CO2. Com a vantagem (adicional) de ser um material que pode ser 100% reciclado e que mantém as suas características independentemente das vezes que seja reciclado. Alexandra Costa Sustentabilidade. Economia circular. Termos cada vez mais utilizados e que agora chegam (em força) ao setor da construção. Quer por a sociedade ter, hoje, maior consciência ambiental, mas, também, por pressão da Comissão Europeia, que quer diminuir o impacto dos edifícios nas emissões de carbono. A APAL - Associação Portuguesa do Alumínio aproveitou o dia de hoje – 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente – para chamar à atenção para o potencial do alumínio – que afirma ser 100% reciclável, sem perder as suas qualidades, sendo que este pode ser usado em muito mais do que “apenas” janelas. O problema, refere Rui Abreu, presidente da associação, é que as pessoas não sabem o que já existe emmatéria de alumínio. Sendo que a reciclagem deste material, em Portugal, é especialmente importante, dado que o país não produz alumínio primário. Em compensação o círculo de reciclagem – na construção – já está todo montado. “Temos na parte da construção e indústria, a recolha da sucata já praticamente efetiva, praticamente completa na altura da demolição ou renovação”, afirma Rui Abreu, acrescentando que as empresas que fazem a demolição ou a renovação sabem que a sucata de alumínio “é algo que tem um valor importante e então entregam-o às unidades de reciclagem”. Segue-se todo o processo de fundição e produção de matéria-prima para voltar a ser utilizado. “Em Portugal todo este processo já é feito”, constata o presidente da APAL, que acrescenta que a sociedade conhece apenas parte de um ciclo que existe, de forma completa, e que funciona. Claro que os valores da reciclagem têm de aumentar. Um estudo da European Aluminiumdiz que a reciclagem do alumínio deverá ser 50% em 2050 para podermos atingir a neutralidade carbónica. “Nalgumas áreas a recuperação da sucata de alumínio é quase 100% - na parte da construção e indústria”, aponta Rui Abreu. E Portugal? Os valores são muito semelhantes, assegura o presidente da APAL, que explica que as empresas que tratam da demolição ou renovação conseguem reduzir os seus custos porque vendem a sucata. “A única sucata que, neste momento, está muito atrasada em relação à recolha é a sucata do consumidor final”, constata. Quando se fala em consumidor final há que considerar duas situações: as pessoas que fazem renovações em casa e que não têm ideia do valor monetário do alumínio antigo (as janelas, por exemplo) – mas as empresas que tratamda obra sabem – e o outro alumínio que, esse sim, escapa quase por completo à reciclagem: as latas de refrigerantes. Ao contrário de outros materiais o não aproveitamento do alumínio – diga- -se ir parar a um aterro – não provoca danos no meio ambiente. O que pode
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