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“Portugal apresenta ainda um parque edificado com enorme potencial para aumento da eficiência energética”

Entrevista: Ana Clara | Jornalista25/08/2020

Gabriel Caturla, responsável de Eficiência Energética da Axpo, analisa o tema no contexto nacional. E explica que "a Axpo tem ajudado de forma pró-ativa as empresas, identificando oportunidades e propondo produtos que vão melhorar significativamente as suas instalações".

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Como especialista na área da eficiência energética, como caracteriza a evolução do país nesta matéria?

A Eficiência Energética caracteriza-se pela procura da autossuficiência recorrendo ao uso de energia proveniente de fontes renováveis, na adoção de medidas de poupança e na eficiência e otimização de processos. O objetivo não é renunciar ao uso de energia, mas sim fazer um uso racional da mesma, ao assegurar a sua transição para uma economia hipocarbónica e sustentável.

As características da construção em Portugal e a ausência de um enquadramento legal que regulamentasse as condições térmicas dos edifícios até à década de 90, contribuíram para um parque edificado deficiente ao nível térmico. Por outro lado, é visível o aumento dos padrões de conforto de qualidade de vida das populações que se reflete numa utilização irracional e desmesurada de energia, de forma a satisfazerem as suas necessidades.

É necessário cada vez mais dotar os edifícios de soluções mais eficientes e que promovam, ao mesmo tempo as condições de conforto das pessoas, como por exemplo a obrigatoriedade de instalar energia solar térmica na construção nova e edifícios sujeitos a remodelação a 25% do imóvel desde 2006.

De uma forma generalizada e de acordo com os dados do SCE (Certificação Energética dos Edifícios) do primeiro semestre, Portugal apresenta ainda um desempenho energético fraco, em que do total de 1263727 certificados energéticos emitidos, a maioria pertence à classe C, 25,9% e D, 22,3%, E, 13,3 e F com 7,6%.

Em suma, Portugal apresenta ainda um parque edificado com enorme potencial para aumento da eficiência energética e melhoria do conforto dos seus utilizadores.

Gabriel Caturla
Gabriel Caturla.

De que forma(s) é possível – no caso das empresas – melhorar o desempenho energético das organizações?

  • Conhecerem o seu consumo

É muito importante que as empresas tenham conhecimento do seu perfil de consumo. Os assessores energéticos da Axpo, através de um diagnóstico e auditorias ajudam as empresas na identificação dos processos onde existem desperdícios energéticos. Estes outputs, depois de trabalhados, ajudam na otimização do consumo e na diminuição dos custos.

  • Atenção ao preço da energia e duração do contrato de fornecimento

Na fatura de eletricidade, o timing é tudo. A AXPO tem uma flexibilidade total, permite aos clientes contratar por três meses, quatro meses, 12 meses, 24 meses, 36 meses, numa “gestão ativa” que permite recomendar aos seus clientes que tipo de produto devem contratar e conseguir que tenham um preço o mais barato possível.

  • Poupar onde é possível

Na AXPO, o mote é “o quilowatt mais barato é aquele que não se consome”. Portanto, é importante para empresas encontrarem formas de ter um consumo mais eficiente de energia nas suas diferentes operações e é nessa área que a experiência, formação e conhecimento dos seus diferentes colaboradores pode ser útil.

Portugal apresenta ainda um parque edificado com enorme potencial para aumento da eficiência energética e melhoria do conforto dos seus utilizadores

As nossas empresas têm apostado nesta área? Em que medida?

Há cada vez mais empresas a apostar na eficiência energética em Portugal, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Num país em que mais que 90% das empresas são PME’S, a gestão eficiente dos custos e a poupança são determinantes para que estas empresas possam sobreviver num mercado altamente competitivo.

Na área do autoconsumo fotovoltaico, por exemplo, tem havido uma procura crescente por parte das empresas, uma vez que este sistema garante uma redução importante dos custos energéticos. Na área da iluminação e compensação da energia reativa também.

Contudo, uma das principais dificuldades é a capacidade de financiamento das empresas para investir na transformação energética dos seus negócios. Este fator é um dos principais entraves à implementação de medidas de eficiência adequadas, que seguramente se irá acentuar durante a crise provocada pela Covid-19, e que afetará especialmente as PME’S. É por isso que financiamos os projetos de eficiência energética dos nossos clientes a 100%, para que não tenham que descapitalizar-se para conseguir essa transição.

O nosso parque edificado tem muito potencial para a aplicação de soluções de eficiência. E além disso, necessita, pela antiguidade do mesmo. Temos sabido aproveitar esta oportunidade?

O nosso parque edificado é maioritariamente antigo, pelo que existe muito potencial para aplicação de soluções de eficiência energética, sejam elas através de alterações de construção ou de aplicação de medidas para aumentar a eficiência energética do edifício.

As oportunidades são visíveis e devemos aproveitá-las, não só para melhorar as emissões de um determinado edifício e torná-lo mais sustentável, mas também melhorar o conforto das pessoas que utilizam e frequentam essas instalações. Os nossos empresários ainda encontram alguns obstáculos na implementação destas soluções de eficiência, como a nível de financiamento, mas estamos empenhados em trabalhar conjuntamente com as empresas para ultrapassarmos estas dificuldades.

Que tipologia de edifícios temos hoje em Portugal? É possível traçar uma radiografia para podermos intervir? Isso tem sido feito?

Em Portugal, verifica-se que a maioria do parque habitacional seja de construção posterior a 1971, com bom estado de conservação do edificado, mas ainda com persistência de 1 milhão de edifícios que carecem de intervenção. É interessante analisar que os edifícios destinados ao comércio e serviços são os que apresentam um estado de conservação pior, necessitando de intervenções.

Com base nestas premissas e explorando este tipo de edifícios, podemos traçar medidas genéricas de eficiência que se enquadram em quase todo o tipo de instalações de comércio e serviços, fazendo intervenções cirúrgicas que irão melhorar este tipo de instalações.

Como olha para a reabilitação urbana no país, e, em termos gerais, ao nível das intervenções, onde temos feito caminho e onde temos falhado?

Desde a implementação das diversas diretivas de desempenho energético dos edifícios e através dos sistemas de certificação energética, estes foram e são instrumentos importantes na melhoria da reabilitação urbana no país. A estratégia deve passar pela descarbonização dos edifícios e para tal necessitamos de medidas financeiras em que a Axpo pode e quer dar o seu contributo. Esperamos antecipar esta descarbonização nos edifícios antes do previsto (2050) com os apoios em vigor e ajudar as nossas empresas a atingir os objetivos propostos. Podemos sempre ir mais além e exigir ainda mais e melhor dos diplomas atualmente em vigor, mas julgo que já foram dados passos importantes neste capítulo.

Como identificar os equipamentos que estão a consumir mais energia como podemos diagnosticar as perdas para intervir mais cirurgicamente?

Independentemente da dimensão da empresa, a Axpo tem soluções que permitem ao cliente ter o panorama global da utilização do seu consumo e saber onde podem atuar para reduzir o mesmo. Realizamos uma auditoria energética nas instalações do cliente, em que verificamos as possibilidades de poupança energética existentes. Todas as medidas a serem aplicadas têm um impacto direto na redução da fatura de energia.

Fale-me um pouco da atividade da AXPO e em que setores tem atuado?

A Axpo é uma multinacional suíça com mais de 100 anos, é uma das empresas mais antigas do setor energético europeu, que opera em Portugal desde 2009. Depois de mais de uma década de atividade no nosso país, a Axpo conta agora com uma posição consolidada e uma carteira de clientes que já supera a homóloga espanhola, com mais de 20 mil PME’S de todos os sectores de atividade e uma taxa de fidelização de 95%.

A Axpo produz e comercializa energia 100% renovável e oferece soluções integradas de eficiência energética para empresas. Dispomos de uma vasta gama de serviços de assessoria e financiamento de soluções de eficiência energética, desde instalação de unidades de autoconsumo fotovoltaico, substituição de luminárias tradicionais por tecnologia LED, compensação de energia reativa, identificação in situ dos principais focos de desperdício de energia, entre outros.

De futuro, a Axpo continuará a investir nas energias renováveis e na inovação tecnológica ao serviço das empresas. Temos vários projetos inovadores que queremos implementar em Portugal. Um deles é o novo serviço de carregadores de carros elétricos para empresas. Também estão previstos novos PPA sem ajudas públicas (em 2018, a Axpo foi pioneira ao celebrar o primeiro contrato de compra de Energia a longo prazo em Portugal, sem qualquer tipo de ajudas públicas), que ajudam a promover a estabilidade do mercado energético e a competitividade de preços que beneficia sobretudo o consumidor final.

Sei que trabalham mais com PME’s. Qual o diagnóstico na implementação de planos de eficiência energética nesta matéria e tendo em conta a vossa experiência?

O nosso diagnóstico passa por uma análise exaustiva das instalações ao nível do consumo energético, que nos permitem identificar áreas em que possamos intervir e implementar medidas que melhorem a eficiência energética das empresas. A Axpo tem ajudado de forma pró-ativa estas empresas, identificando oportunidades e propondo produtos que vão melhorar significativamente as suas instalações. Reduzir a fatura de energia através das instalações fotovoltaicas, produzindo a sua própria energia através de fontes renováveis tem sido um mote interessante para os nossos clientes.

De futuro, a Axpo continuará a investir nas energias renováveis e na inovação tecnológica ao serviço das empresas. Temos vários projetos inovadores que queremos implementar em Portugal. Um deles é o novo serviço de carregadores de carros elétricos para empresas

A AXPO financia os projetos de eficiência energética dos seus clientes a 100%. Como se processa este financiamento e quais os termos da recuperação do investimento para a AXPO?

A nossa especialização em projetos de eficiência energética converte a Axpo num poderoso aliado de negócio, ajudando as empresas, sobretudo as PME, a tornarem-se mais eficientes, sustentáveis e competitivas. As soluções de eficiência energética da Axpo permitem poupanças superiores a 70%.

Financiamos os projetos de eficiência energética dos nossos clientes a 100%, para que não tenham que descapitalizar-se para conseguir essa transição, reduzam os custos energéticos e possam amortizar o financiamento em pequenas quotas na fatura de eletricidade. Oferecemos um produto chave-na-mão (instalação, garantias e manutenção).

Esta medida abarca as várias soluções de eficiência energética disponibilizadas pela empresa, desde sistemas de autoconsumo fotovoltaico, iluminação LED, compensação de energia reativa, entre outras.

Na maioria dos casos, a poupança obtida permite rentabilizar o investimento em menos de 5 anos. Em alguns projetos, o prazo pode ser um pouco mais alargado mas a poupança a longo prazo também será mais alta. Trabalhamos com clientes como o Lidl, Bosh, Nestlé ou a Dan Cake. No caso da Dan Cake, que já implementou o nosso sistema de autoconsumo fotovoltaico na sua fábrica de Santa Iria, a redução dos custos energéticos obtidos representa uma poupança superior a 2 milhões de euros nos próximos 20 anos. Atualmente, estamos a instalar painéis também na fábrica Dan Cake em Coimbra, estando prevista a conclusão dos trabalhos em agosto deste ano. O projeto fotovoltaico de Coimbra permitirá à empresa uma poupança na ordem dos 2.125.000 euros nos próximos 20 anos.

De que forma a pandemia de Covid-19 afetou este mercado e que desafios e constrangimentos temos pela frente?

Em tempos de pandemia e ciente das dificuldades das PME’S, a Axpo lançou algumas medidas para os seus clientes, nomeadamente uma linha de apoio de 1.000.000€ para ajudar as empresas a fracionar o pagamento das faturas e a garantia de fornecimento energético aos negócios diretamente afetados pela crise da COVID-19, para que pudessem retomar e manter a sua atividade produtiva

A crise mundial despoletada pela Covid19 evidencia as fragilidades das empresas e obriga a um repensar estratégico e operacional. Neste contexto, as empresas devem manter a aposta nas energias renováveis e adotar medidas de eficiência energética para otimizar o consumo energético, evitar desperdícios, reduzir custos e garantir uma maior rentabilidade.

Nestes dois últimos meses, a Axpo tem angariado mais clientes do que antes do coronavírus, porque dispomos de todas as ferramentas para que os clientes possam celebrar os contratos digitalmente, temos mantido reuniões via Skype e através de outras plataformas para oferecer o apoio que necessitam. Estamos sempre ligados aos nossos clientes.

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