Passive House: vamos construir o futuro que queremos

O conceito Passive House é um conceito construtivo que se distingue pelo elevado desempenho, quer do ponto de vista energético, quer do conforto, da saúde e da sustentabilidade, e isto a um custo acessível. É um conceito baseado na exigência e no rigor do projeto e da obra, com o objetivo principal de construir um edifício eficiente, confortável, saudável e economicamente acessível.

As Passive Houses respondem às seguintes exigências:

1. Contribuir para a saúde e conforto

As Passive House contribuem para o bem-estar e saúde dos seus ocupantes. O ambiente interior é caraterizado pela boa qualidade do ar, conforto térmico (temperatura entre os 20°C e os 25°C) e a inexistência de grandes variações térmicas. Isto permite garantir um elevado nível de conforto, além de reduzir o risco de desenvolvimento de patologias no edifício e nas próprias pessoas.

2. Permitir ter um edifício saudável

Uma Passive House é um edifício saudável, pois é desenvolvida com base no respeito pelos princípios da física dos edifícios, minimizando pontes térmicas e evitando o surgimento de patologias (nomeadamente relacionadas com aparecimento de mofos e humidades).

'Eu vejo pontes térmicas' - adaptação do fotograma do filme 'O Sexto Sentido'. Foto: Passivhaus Portugal.

3. Alcançar uma elevada eficiência energética

As Passive House representam o mais elevado padrão de eficiência energética a nível mundial. É uma solução testada e comprovada que corresponde inteiramente à definição do NZEB – nearly Zero Energy Building (edifício com necessidades quase nulas de energia) cuja implementação é já obrigatória para os novos edifícios públicos e será durante 2021 para os restantes edifícios.

4. Atingir a sustentabilidade

Devido à elevada eficiência energética, com a Passive House há uma redução drástica das emissões de CO₂ associadas aos edifícios e, portanto, o conceito contribui para a proteção climática pela menor dependência energética e de combustíveis fósseis. Por outro lado, as baixas necessidades energéticas de uma Passive House podem ser facilmente suprimidas por energia gerada localmente a partir de fontes renováveis. A Passive House é um importante fator para a transição energética.

5. Ser economicamente acessível

Uma Passive House pode ser construída pelo mesmo preço que um edifício convencional e os seus custos de operação são substancialmente mais baixos, devido às reduzidas necessidades energéticas e de manutenção.

Atualmente as janelas, ou a envolvente transparente, assumem cada vez maior importância, quer pelo facto de promoverem a entrada de luz natural (...), quer pela tendência clara a nível arquitetónico de aumentar a área envidraçada

As janelas têm e sempre tiveram uma grande relevância na arquitetura, sendo os olhos do edifício, mas têm também um peso muito significativo no desempenho do mesmo. Atualmente, as janelas ou a envolvente transparente, assumem cada vez maior importância, quer pelo facto de promoverem a entrada de luz natural (muito valorizada, nomeadamente, nas grandes cidades e fundamental ao ser humano), quer pela tendência clara a nível arquitetónico de aumentar a área envidraçada.

As janelas são elementos complexos e quando projetamos uma Passive House elas são ainda mais importantes, pois no rigor do projeto de uma Passive House, todos os detalhes contam. Simplificando, as janelas são constituídas pelo vidro e pelo caixilho. É isso que é visível, ou por vezes invisível, como o caso de alguns sistemas de caixilharia. Mas há muitos parâmetros que contribuem para a eficiência do sistema. Por exemplo, o tipo de vidro, se é vidro duplo ou tripo, que tipo de gás existe na câmara existente entre estes vidros, que tipo de capa ou película está incorporado no vidro, que tipo de perfil espaçador ou separador, qual o material da caixilharia (PVC, madeira, alumínio, outro?), qual a relação entre área de vidro e a área de caixilharia, que tipo de abertura (de correr, oscilo-batente, etc.).

Com a estratégia definida e implementada pela Passivhaus Portugal tem havido um fortalecimento da rede Passive House em Portugal e aumentado o número de profissionais capazes de projetar e implementar Passive Houses, de norte a sul do país e até nas ilhas

Com a estratégia definida e implementada pela Passivhaus Portugal tem havido um fortalecimento da rede Passive House em Portugal e aumentado o número de profissionais capazes de projetar e implementar Passive Houses, de norte a sul do país e até nas ilhas. Por outro lado, há hoje no mercado soluções técnicas, quer de materiais, quer de componentes certificados, que apresentam desempenhos comprovadamente compatíveis com os níveis de exigência da Passive House.

Assim, em Portugal, construir hoje uma Passive House não tem de ser mais caro ou mais difícil que fazer um edifício convencional. Desde o projeto de arquitetura e de especialidades, passando pela definição das soluções e a sua quantificação, o dimensionamento, pela obra e até pela monitorização, Portugal tem tudo para construir e reabilitar sob o standard Passive House e fazer a necessária transição do parque edificado para elevados níveis de desempenho.

Vamos construir o futuro que queremos. Nós queremos Passive House Para Todos.