O que é uma ETARI? Qual o seu impacto na sustentabilidade?

Uma ETARI - Estação de Tratamento de Água Residual Industrial, é uma instalação de grande importância, que atua como uma solução de despoluição das águas residuais, decorrentes do processo produtivo, antes da sua descarga em coletor de saneamento ou em meio hídrico. Tendo como principal objetivo prevenir os riscos para a saúde pública, a contaminação dos recursos hídricos, incluindo a contaminação das águas subterrâneas, e para prevenir a poluição do ambiente em geral.

No Centro de Aveiro, da Saint-Gobain Portugal, existe uma ETARI, que se localiza no final do processo de produção da linha de pastas e trata a água residual, que segue posteriormente para saneamentos. Uma solução similar está a ser implementada também no Centro do Carregado.

O nível de qualidade e grau de exigência associados aos produtos da Saint-Gobain Portugal leva à necessidade de limpeza frequente dos equipamentos, encaminhando os resíduos líquidos provenientes dessas operações para um tratamento que se processa de forma faseada.

Na primeira fase, o efluente, curso de água com elementos sólidos, é armazenado num tanque. Neste tanque pretende-se obter a homogeneização do efluente, já que este é originário de lavagens de diferentes produtos, com diferentes composições.

Numa segunda fase, o efluente é transferido para um tanque de reação, onde são adicionados alguns reagentes para ajuste de vários parâmetros, entre eles o pH.

Na terceira fase, filtram-se os elementos líquidos e sólidos. É adicionado um agente de solidificação que acelera a agregação de partículas, passando por um tapete com uma tela que faz a filtragem, retendo os elementos sólidos e transferindo-os para a última fase de filtragem. O líquido segue para um coletor, que se encontra por baixo da tela filtrante, sendo transferido para um último tanque. Neste momento, a parte líquida está praticamente pronta a ser descarregada no saneamento municipal. Antes dessa descarga, o efluente passa ainda numa coluna de carvão ativado com o objetivo de clarificação e remoção de algumas substâncias químicas residuais.

Em relação à parte sólida, há ainda duas fases adicionais a considerar. Depois da filtragem primária na tela, os sólidos, designados por lamas, são transferidos para um saco de filtragem onde ficam por vários dias a escorrer, reduzindo significativamente a percentagem de água. Estas águas são recolhidas para o tanque inicial, incorporando de novo o processo de tratamento. Para finalizar o ciclo, as lamas, depois de praticamente secas, são encaminhadas para um operador autorizado de resíduos.

Regularmente são recolhidas amostras e realizadas análises ao efluente para garantir o correto funcionamento do processo e o cumprimento dos vários parâmetros definidos na licença que permite toda a operação.

Caso não exista ETARI, a gestão do efluente resume-se à retenção no tanque inicial e posterior recolha por hidro aspirador para deposição em aterro, o que se representa um impacto maior a vários níveis.

Mas afinal, quais os benefícios da ETARI?

• Está alinhada com a Política de EHS – Environment, Health and Safety (Ambiente, Saúde e Segurança), demonstrando o compromisso de preservação ambiental.
• Reduz o impacto ambiental, uma vez que a água é tratada antes da descarga no coletor municipal, não impactando negativamente o sistema de saneamento municipal.
• 70% dos resíduos gerados são água que segue para o sistema municipal, após tratamento, e que poderá ser depositada em meio natural sem causar dano ambiental ou ser reutilizada, reduzindo o número de resíduos depositados em aterro e o desperdício de água.
• 30% são lamas com potencial de valorização.
• O transporte de resíduos da linha de pastas é reduzido em cerca de 87%.
• Reduz em 55% os custos operacionais. A economia gerada permite alocar recursos financeiros para outras melhorias com impacte ambiental positivo.