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Dia Nacional do Arquiteto 2022 com homenagem a Helena Roseta

Fotos: Nuno Almendra20/07/2022
Casa cheia para celebrar o Dia Nacional do Arquiteto 2022 e para homenagear Helena Roseta.
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Gonçalo Byrne, presidente da Ordem dos Arquitetos (AO), deu as boas-vindas e sublinhou a importância da celebração do Dia Nacional do Arquiteto e o Governo fez-se representar por Ana Catarina Mendes, ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares.

O Dia Nacional do Arquiteto, que se celebra oficialmente a 3 de julho, teve a 12 de julho, a sua cerimónia comemorativa, na Sede Nacional da OA.

O Auditório Nuno Teotónio Pereira encheu-se para celebrar “a função social, a dignidade e o prestígio da profissão de arquiteto em Portugal, assinalando a data de publicação do Estatuto da Ordem dos Arquitetos, a 3 de julho de 1998, assim como a data de revogação do Decreto 73/73 com a publicação da Lei 31/2009, a 3 de julho de 2009”.

A homenagem a Helena Roseta foi a décima homenagem individual depois dos tributos a Manuel Tainha (2010), Bartolomeu Costa Cabral (2011), Francisco Silva Dias (2012), Alcino Soutinho (2013), Raul Hestnes Ferreira (2014), Eduardo Souto Moura (2015), Gonçalo Byrne (2016), Nuno Portas (2017), Álvaro Siza Vieira (2018) e de, no ano 2019, ter sido prestada uma homenagem coletiva aos arquitetos com mais de 50 anos de vida associativa.
Na abertura da cerimónia Gonçalo Byrne começou por dizer que “a decisão de homenagear Helena Roseta foi das mais fáceis” que já teve que tomar, e de todas “a que obteve a unanimidade mais consensual”. Sobre Helena Roseta destacou “o cumprimento do desígnio de articular a política e a arquitetura (…) assumindo a sua condição de mulher desde o início”, reforçou a importância não só do Dia Nacional do Arquiteto mas também da escolha da homenageada, por ser “uma justa e sentida homenagem por todos os arquitetos”.

Coube ao arquiteto João Afonso a apresentação da homenageada, momento que aproveitou para fazer uma breve resenha da sua vida como estudante, como estudante de arquitetura, como arquiteta, como cidadã envolvida em várias causas e como responsável por diversos cargos públicos ao longo da sua vida, permanentemente dedicados à intervenção pública e à questão da habitação.

“A ação, sempre a ação”, lembrou o arquiteto João Afonso, foi sempre o mote com que conduziu a sua vida, destacando ao longo do que considerou ser uma “biografia comentada”, os vários momentos marcantes da sua atividade e do seu impacto concreto na vida das pessoas. Recordou a importância da família, dos seus estudos, do seu envolvimento cidadão e político, mas lembrou, com humor, o dia em que decidiu usar calças, “conjugando a moda e a rebeldia”, bem como o facto de ter tirado a carta de condução aos 40 anos e aos 60 ter passado a deslocar-se de bicicleta.

Num registo mais sério, recordou o importante papel do arquiteto Nuno Portas no seu percurso da sua passagem pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o impacto das cheias de Lisboa para a perceção da importância da qualidade de vida dos cidadãos. Foi o primeiro embate com o regime fascista que vigorava então.

Enfatizou a “sua perseverança política”, seja quando esteve no PPD de Sá Carneiro, quando foi deputada pelo PSD ou pelo PS, quando foi presidente da CM de Cascais, ou quando já fora dos dois grandes partidos do pós-25 de Abril ainda encontrou forças para organizar um movimento de cidadãos através do qual assumiu, após acordo com o PS, a vereação da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa.

Referiu que Helena Roseta “só descansou quando salvaguardou e consagrou o direito à habitação como direito social, corolário da sua capacidade de articular a política e a arquitetura”.

Recordou os tempos em que juntos estiveram na OA, a homenagem que fizeram a Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas e Manuel Tainha, os combates na União Internacional dos Arquitetos, momentos onde deram força ao “contributo cultural e social da arquitetura, bem como à sua dimensão política”. Reeditaram a Arquitetura Popular em Portugal e fizeram o Inventário da Arquitetura Portuguesa do Século XX, bem como a petição ‘Arquitetura para Todos’, que recolheu 55 mil assinaturas e a Iniciativa Legislativa “A Arquitetura é um Direito dos Cidadãos”, subscrita por 30 mil cidadãos, e que, no mandato seguinte, levou à revogação do decreto 73/73.

Para terminar, confessou que com “o fim do exercício dos cargos políticos” acompanhou com interesse a suposta pausa, “palavra que não existe no dicionário da Helena Roseta” e elogiou o programa Bairros Saudáveis “ao qual tem estado inteiramente responsável, com o impulso de várias parcerias que foram capazes de produzir centenas de projetos espalhados por todo o país”. Citou Helena Roseta para lhe agradecer as lições, entre as quais esta que se faz na forma de pergunta, e nos questiona “porque havemos de perder o prazer de nos fascinar?”

Entusiasmo com o projeto Bairros Saudáveis

Helena Roseta, visivelmente emocionada, começou por dizer que não se sente “à vontade no papel de homenageada”, dizendo que prefere “homenagear os outros” e citou José Mário Branco para lembrar veio de longe e que andou muito para aqui chegar.

Considera-se “uma arquiteta não praticante” e devedora a todos os que contribuíram para a pessoa que é. Aos presentes mostrou-se feliz pelo seu trajeto e lembrou “a importância da relação entre as pessoas, as relações de amizade que estabelecem e o resultado que isso produz”, não só na sociedade, mas também no desenho de todo o seu caminho.

A arquiteta Helena Roseta homenageada no Dia Nacional do Arquiteto
A arquiteta Helena Roseta homenageada no Dia Nacional do Arquiteto.
Helena Roseta Mostrou particular entusiasmo com o projeto Bairros Saudáveis, a sua mais recente paixão, “que tem 242 projetos em todo o país” e que tem feito escola em matéria de envolvimento com os cidadãos. Dirigindo-se concretamente à Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, de quem é amiga desde os primeiros tempos desta no Parlamento, lembrou que o programa Bairros Saudáveis “mostra que os programas públicos, têm que ser pensados de uma forma aberta, simplificados, não podem ser coisas muito complicados”, e que “tem que se dar oportunidade às pessoas de se envolverem, evitando regras demasiado apertadas e complexas que dissuade o envolvimento dos cidadãos”.
Por fim deixou claro que “espera poder continuar a fazer coisas, viver com alegria, partilhar afetos, fazer amigos e a acreditar nas pessoas”, e, com todos “apesar de estar tudo muito mal, há sempre o que fazer para ficarmos o melhor possível”. Para Helena Roseta, “primeiro temos que ter o sonho” se queremos chegar à obra. “Quem não sonha alto não levanta voo”, rematou, apelando a que os arquitetos não deixem nunca de o fazer.

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