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Eficiência energética? É necessária uma abordagem integrada

Alexandra Costa17/03/2023
Conciliar conforto térmico com edifícios sustentáveis implica, por um lado, investir em medidas ativas (janelas, equipamentos de climatização/aquecimento, e iluminação eficientes), mas, também, em medidas passivas (menos frequentes). Para conseguir atingir as metas definidas pela Comissão Europeia é preciso que todo o setor se envolva, numa abordagem abrangente (e integrada) à problemática.
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Poupar energia. Esse é o mote de todos. E não apenas pelo preço (crescente) da eletricidade, mas, e também, porque uma das prioridades da Comissão Europeia é precisamente o aumentar a eficiência energética dos edifícios. E é fácil perceber o porquê desta preocupação se tivermos em conta que o edificado é responsável por cerca de 40% do consumo de energia, seja para aquecer ou arrefecer as habitações.
“Eficiência energética nos edifícios significa poupança energética, porque com habitação com melhor isolamento significa menos gasto de energia e esta é a ideia de eficiência energética”, aponta Islene Façanha, project officer da ZERO, que acrescenta que, de forma resumida, a eficiência energética seria ter o mesmo output de serviço energético com menos energia possível. Ou seja, não se trata apenas de reduzir o consumo ou mesmo reduzir o nosso conforto e necessidades, mas sim de “sim acomodar as mesmas necessidades com menor entrada/input e de consumo de energia final”.
Há que ter em conta que muito do consumo do edificado passa pelo arrefecimento e/ou aquecimento dos espaços. Numa situação ideal isso significa pensar na problemática desde o início do projeto e iniciar medidas que atenuem o consumo. Isso vai desde o próprio planeamento do projeto até à escolha dos materiais de construção escolhidos. O recurso a um bom isolamento é meio caminho andado para se poupar na energia utilizada. Sem esquecer, aponta a ambientalista da Zero, o ciclo de vida do carbono dos materiais. “Ter atenção a todos os detalhes e pontos importantes e ter realmente uma construção sustentável, eficiente energeticamente que trará muitos benefícios, como: redução da poluição atmosférica e das emissões de CO2, menos gastos do governo com a saúde, maior conforto e bem-estar, melhoria do orçamento das famílias e da atividade económica”, refere Islene Façanha.
E se no caso do edificado novo isso já está, à partida, assegurado, mesmo porque há toda uma regulação a cumprir, o mesmo não se pode dizer do edificado já existente. E esse é o principal desafio no que concerne às metas da Comissão Europeia. Convém lembrar que Portugal é dos países que apresenta piores números referentes à pobreza energética do edificado. Basta pensar no frio que muitas pessoas passam todos os invernos. Sobre este tema em particular a opinião de Islene Façanha é a de que os primeiros passos foram dados, mas ainda estão aquém do esperado.
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Medidas passivas aumentam conforto térmico

Quando não é possível recorrer a medidas estruturais – seja porque o edificado já existe e implica investimentos avultados ou obras quase que impossíveis de fazer – o recurso passa pela utilização das consideradas medidas ativas (e mais voltadas à produção de energia). “Se usarmos os programas de apoio como base, como o edifício + sustentáveis, a maioria das candidaturas submetidas adotaram medidas como: painéis fotovoltaicos, janelas mais eficientes e bombas de calor (medidas ativas e que são mais voltadas à produção de energia)”, constata Islene Façanha.
Basicamente as pessoas recorrem tentam manter a temperatura ambiente (evitando o desperdício da energia utilizada na ambientação dos espaços) e (nalguns casos simultaneamente) na produção de energia para autoconsumo (por forma a reduzir as faturas de eletricidade).
“Medidas passivas, como o isolamento ainda são de menor adesão”, aponta Islene Façanha, que acrescenta que no âmbito de uma avaliação dos programas de apoio para os edifícios realizada pela ZERO, dada as especificidades técnicas e poucas submissões de candidaturas para Aplicação ou substituição de isolamento térmico, sugeriu-se a experiência de criação de um aviso dedicado, em especial para componente de isolamento de paredes e coberturas, com definição e validação técnica da adequação de medidas.
Face a isto a associação sugere enquadrar a possibilidade de apoio técnico, nomeadamente através da necessidade de certificado energético (comparticipação superior), e acompanhado de maior verificação de qualidade da intervenção para prevenir potenciais patologias futuras.
Mas há uma boa notícia. “A boa notícia é que, depois desta avaliação dos programas realizados pela ZERO em parceria com o Fundo Ambiental, o relatório do PAE+S II aponta uma reflexão interessante sobre “Ponderar a eliminação ou reduzir o incentivo das medidas ativas (bombas de calor, recuperadores de biomassa e sistemas solares fotovoltaicos)” e “Priorizar as medidas passivas (janelas, isolamentos de coberturas, pavimentos e paredes), através da revisão do nível de comparticipação por medida e do valor limite.” O que parece ser muito interessante para avançarmos com medidas realmente eficazes na raiz do problema.”
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Setor da construção tem de estar envolvido

Janelas, bombas de calor, ar condicionado. Medidas que podem ser levadas a cabo para tentar aumentar o conforto térmico das casas e, simultaneamente, torna-las mais eficientes a nível energético. Isso passa muito pela escolha dos materiais (ou equipamentos) mais eficientes. E nos últimos anos verificou-se uma evolução muito positiva nesse sentido.
Mas só isso não chega. Há que pensar nas tais medidas passivas (e mais estruturais). Ou seja, todo o setor tem de estar envolvido.
“Sobre os distribuidores de equipamentos de climatização e setor de construção, ainda estamos a mapear os atores nacionais e a realizar estudos para compreender a realidade nacional porque é o interesse de todos, um futuro sustentável e que todos estejamos alinhados com os objetivos de neutralidade climática até 2045, como anunciou o governo como meta nacional no final do ano de 2022”, afirma a ambientalista da Zero, que acrescenta que a associação já notou um grande alinhamento de empresas que estão no caminho de deixar a venda de tecnologias com base nos combustíveis fósseis. “No entanto, a construção ainda é uma área cinzenta e que estamos a tentar unir esforços com outras organizações/entidades e até compreender as necessidades do setor e a da sociedade para avançarmos juntos rumo à neutralidade carbónica”, constata.
Qual a solução? A resposta pronta de Islene Façanha é: “Deitar abaixo o velho para refazer novo, não é solução. A prioridade é reaproveitar e/ou renovar o que já existe, dentro do possível, e só depois passar para o novo”. A explicação é simples. Os materiais de construção têm uma pegada ecológica muito pesada. “Estamos a falar de materiais que consomem 1/3 de toda a água que consumimos e são responsáveis por 280 milhões de toneladas de CO2 por ano. Materiais como o cimento, o aço, o alumínio e o plástico são a causa de 80% destas emissões”, explica, acrescentando que estes materiais estão inseridos nas nossas casas, passam despercebidos, mas a sua produção tem uma pegada muito significativa e negativa para o ambiente.
É por isso mesmo que devemos ter cuidados extras e tentar aumentar, na medida do possível, o seu tempo de vida útil, em vez de simplesmente comprar outros novos. No caso dos edifícios isso passa por apostar na renovação dos edifícios existentes em detrimento das demolições dos mesmos. “Por outro lado, é importante ter em conta que atualmente os resíduos de construção e demolição já constituem 1/3 de todos os resíduos produzidos na UE. E a maior parte deles não é devidamente reutilizado. Acabam muitas vezes para enchimento de pedreiras, ou em casos mais extremos, ao abandono em zonas urbanas. Estamos a deitar fora materiais valiosos, e que nos custaram tanto a produzir”, acrescenta Islene Façanha.

Economia circular

Uma solução possível é a de a construção, também ela, recorrer ao princípio da economia circular. Como lembra a ambientalista da Zero a Comissão Europeia, prevê-se que as medidas de prevenção dos resíduos, conceção ecológica, reutilização e outras ações de economia circular possam gerar poupanças de cerca de 600 mil milhões de euros às empresas da União Europeia (cerca de 8% do total do seu volume de negócios anual). “E soluções disponíveis vão das fibras de madeira, cortiça até a palha como isolamento térmico. Acho que as opções no mercado estão a evoluir e há opções para vários orçamentos”, aponta.
A par disso há ainda, refere Islene Façanha, a abordagem dos edifícios reversíveis, reversíveis que são edifícios projetados e construídos de uma forma que são facilmente desmontados em peças ou componentes menores, independentes, sem causar danos a outras peças e materiais do edifício. Deste modo, os materiais são usados de uma forma mais eficaz. O desperdício é evitado e o tempo de vida útil dos componentes do edifício é prolongado. Este conceito não se é só para novos edifícios, mas também para edifícios a passarem por renovação.
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Os desafios extra dos edifícios empresariais

Poder-se-ia dizer que a situação é mais ou menos controlada nas habitações residenciais. Os espaços são mais pequenos e há um maior controlo (individual). Então e os espaços comerciais ou de escritórios? Como assegurar simultaneamente a eficiência energética e o conforto térmico em edifícios como os centros comerciais? É claro que cada caso é um caso e cada empresa gestora do espaço define a sua própria estratégia. No caso específico da Nhood, entidade gestora dos Centros Comerciais Alegro, a empresa tem vindo a desenvolver planos estratégicos de redução de energia co-construídos com os lojistas e a reforçar a partilha de boas práticas no que se refere à eficiência energética. Os centros têm tem GTC (Gestão Técnica Centralizada), onde todos os sistemas de climatização e iluminação são geridos por um software, com horários de funcionamento estabelecidos e arranque dos sistemas de climatização adaptado aos set points ou temperaturas definidas. Como explica João Jesus, Head of Sustainability and Operations da Nhood, estes sistemas garantem também uma monitorização energética diária para controlo e otimização dos consumos, para além de outras especificidades.
A par disso a empresa tem cuidado na escolha dos equipamentos. Estes, quer seja de climatização ou iluminação, são definidos por projetistas e através de estudos prévios de eficiência energética. “Atualmente, este tipo de análise prévia torna-se crucial para garantir a transição energética e alcançar a neutralidade carbónica em 2040”, afirma João Jesus, que lembra que os equipamentos que existem no mercado à nossa disposição são cada vez mais eficientes, seja para climatização, iluminação ou outros equipamentos como escadas rolantes e elevadores.

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