Construção e energia com previsões de crescimento de emprego no 2º trimestre
Segundo dados divulgados pelo mais recente ManpowerGroup Employment Outlook Survey, o segundo trimestre de 2023 deverá registar um crescimento nas contratações, especialmente nas áreas da construção, energia e imobiliário, tanto a nível nacional, como global.
“Apesar da incerteza provocada pela guerra na Ucrânia, o menor pessimismo em relação à inflação e a previsão de algum dinamismo económico para os próximos meses provocaram uma evolução positiva nas perspetivas de contratação das empresas nacionais”, pode ler-se no relatório.
“Embora 50% dos empregadores esperem manter, no próximo trimestre, o seu atual número de colaboradores, 32% pretendem recrutar, face a 16% que anteveem reduzir as suas equipas”.
Os resultados projetam a criação líquida de emprego de +16% para o 2º trimestre de 2023. “Um valor já ajustado sazonalmente e que traduz uma subida de 4 pontos percentuais, face ao último trimestre, e uma descida mais significativa, de -13 pontos percentuais, quando comparada com o período homólogo de 2022.”
Além da energia e utilities, o sector de indústria pesada e materiais, que inclui a construção e agricultura, e o de finanças e imobiliário apresentam perspetivas de crescimento a nível nacional e global.
Em Portugal, o setor de indústria pesada e materiais apresenta uma projeção de +15%, “mantendo-se estável face ao trimestre passado, com uma evolução de dois pontos percentuais, mas um abrandamento considerável de 15 pontos percentuais face ao período homólogo de 2022”.
Elevada escassez de talento
Apesar das intenções de contratação para o segundo trimestre serem otimistas, regista-se uma elevada escassez de talento e a atração e retenção de talentos continuam prioritárias para os empregadores nacionais. Portugal é o segundo país do mundo com maior escassez de talento.
Segundo o Talent Shortage Survey 2022, 67% dos empregadores portugueses têm alguma dificuldade em encontrar os candidatos certos e 18% sente muita dificuldade na contratação, o que revela um valor para a escassez de talento de 85% e que vem representar um acentuar da tendência face a 2021, com um aumento de 15 pontos percentuais.
Este valor posiciona Portugal acima da média global, que se encontra nos 75%, mas também como o segundo país do mundo onde os empregadores têm mais dificuldade na contratação, estando apenas abaixo de Taiwan (88%).
A escassez de talento é sentida nos onze setores analisados no estudo, sendo na Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário que o valor é mais acentuado, com 88% dos empregadores a relatarem dificuldade em contratar as competências de que precisam.
A este, segue-se o setor do Comércio Grossista e Retalhista, que engloba também as atividades logísticas, com 87%, bem como a Indústria e a Restauração e Hotelaria, ambos com um valor de 86%.
A fechar o grupo de atividades com maiores desafios na aquisição de talento estão o setor das Tecnologias da Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media e o setor da Construção, com 84% dos seus empregadores a relatarem a mesma dificuldade.
Nesta última edição do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que entrevistou cerca de 40 700 empregadores públicos e privados, em 41 países e territórios, para medir de forma antecipada as tendências de contratação do trimestre. Esta amostra permite uma análise detalhada de regiões e setores específicos.