Tektónica dinamiza inovação no setor da construção

A recente edição da Tektónica dinamizou a inovação no setor da construção, que se revela em crescimento sustentável e com potencial tecnológico para desenvolver novas soluções. A Novoperfil conversou com empresas e associações do setor presentes na feira de referência, e ponto de encontro da indústria.

ANFAJE

A ANFAJE esteve presente em mais uma edição da feira Tektónica, na FIL. Entre 2 e 5 de maio a Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes participou na sessão de abertura das Candidaturas aos Prémios Novoperfil – Janelas Eficientes 2024; dinamizou a mesa-redonda “Mais conforto e eficiência energética nos edifícios em Portugal” - um importante espaço de debate que contou com a participação da ADENE – Agência para a Energia, da Associação Zero e da empresa Ottima -; e lançou oficialmente o Guia Exclusivo das Janelas Eficientes 2024.

“Foram quatro dias de exposição, networking, três eventos com grande participação e inúmeras visitas de parceiros, empresas associadas e profissionais do setor das janelas, portas e fachadas eficientes”, sublinhou, à Novoperfil, Susana Nunes, assessora de Direção da ANFAJE. Durante o fim-de-semana, a ANFAJE procurou ainda promover as vantagens da instalação de janelas eficientes junto dos clientes particulares, recomendando-lhes a consulta às empresas que fazem parte da sua Bolsa de Associados.

As expectativas da Associação Portuguesa para o Alumínio (APAL) para a Tektónica 2024 “eram bastante elevadas, uma vez que este é um evento de grande importância para o setor da construção”, comenta Bárbara Guedes, responsável pelo Departamento de Comunicação e Marketing da APAL. O objetivo principal da Associação com a sua presença na Feira foi “destacar a importância do alumínio na sustentabilidade e na inovação do setor”. Em conjunto com as suas associadas CIN - Performance Coatings e Technal, a APAL conseguiu “alcançar esses objetivos e discutir temas cruciais para o futuro da construção”.

Como explica Bárbara Guedes, na Conferência “Neutralidade de Carbono”, realizada pela APAL na Tektónica, a CIN Performance Coatings apresentou “The Future is Now”, a sua última inovação em tintas em pó. Esta inovação destaca-se pela sua avançada tecnologia e sustentabilidade. Por outro lado, a Technal destacou o alumínio Hydro CIRCAL, composto por 75% de alumínio reciclado, no evento sobre “Pegada ecológica e circularidade nos sistemas de alumínio”.

Por fim, a APAL trouxe à discussão as “marcas internacionais de qualidade para o tratamento do alumínio e aço”, reforçando a importância de garantir a qualidade e perenidade na indústria do alumínio. As três apresentações “sublinharam a inovação contínua e o compromisso dos nossos associados e da nossa associação com a sustentabilidade”, defende a responsável.

Na sua perspetiva, “o balanço desta edição da Tektónica é positivo”, uma vez que o evento “conseguiu dinamizar a indústria da construção, proporcionando uma plataforma de discussões importantes sobre os desafios atuais do setor”. De resto, a conferência sobre “Neutralidade de Carbono” da APAL “foi um sucesso, com uma audiência completa em ambos os dias”, detalha: “explorámos inovações e a sustentabilidade associada ao alumínio, e as apresentações dos nossos associados trouxeram insights valiosos sobre a importância da reciclagem, durabilidade e eficiência energética do alumínio”. Bárbara Guedes explica ainda que a participação na TekTalks, onde o presidente da APAL, Rui Abreu, abordou o tema “O Alumínio para uma sociedade neutra em carbono”, também foi muito bem recebida, ” destacando o papel crucial do alumínio na busca pela neutralidade de carbono até 2050”.

GERCIMA

A expetativa da GERCIMA relativamente à participação na Tektónica “é sempre alta, dado que se trata de uma feira na capital, num evento que é o centro das atenções em Portugal no setor da construção”. Esta edição correu bem, já que, segundo David Reis, sócio-gerente da empresa, “tivemos uma afluência acima do esperado relativamente às edições anteriores, o que para nós é muito satisfatório no sentido de atingir os objetivos propostos”.

Quanto ao lançamento de novos produtos e serviços nesta 26ª edição do evento, a GERCIMA destaca, com particular importância, o upgrade que realizou na sua gama de perfis de batente/oscilo-batente, totalmente renovada. Upgrade este que, de acordo com David Reis, “garante uma performance acima da média, nomeadamente a nível acústico, térmico e de segurança, desde o perfil R70, com a melhor relação qualidade-preço, até ao perfil R80, e à nossa ‘cereja no topo de bolo’, o perfil R92 Corta-Fogo, destinado a um segmento de mercado residencial, hoteleiro e restauração, serviços e no setor público com exigências de segurança neste âmbito”.

Nas palavras do responsável, “não podemos deixar de falar da nossa principal matéria-prima na produção de caixilharias: a madeira que, sendo um material natural é reciclável”, indo ao encontro das diretivas traçadas pela União Europeia tendo em vista a emissão de ‘Carbono Zero’. A madeira é também dos materiais com menor consumo energético indispensável para comparados com outros materiais usados nas caixilharias. Como recorda David Reis, “a madeira é um recurso natural dos mais antigos que o nosso planeta dispõe e pode ser usado de forma sustentável”.

Já numa lógica de dinamização da indústria de construção, a GERCIMA vê “com bons olhos” a participação neste evento como expositor: “entendemos que, para além da óbvia necessidade de dar mais robustez ao segmento da caixilharia no setor da construção, é sobretudo necessário dar mais vigor ao nosso ‘nicho de mercado’, que é a madeira. Esse é o nosso grande desafio”, conclui o sócio-gerente. Infelizmente, diz, “ainda existem muitos erros que vão sendo feitos por vários produtores de caixilharia ‘não-especializados’ na nossa área, que acabam por denegrir a imagem da madeira, e que, por consequência, acabam por ser aproveitados eficazmente por produtores de alumínio, PVC e afins. Na sua opinião, “o consumidor em geral ainda tem muitos mitos com a caixilharia produzida para a casa dos pais e avós há 40 e 50 anos atrás, em que as janelas careciam de índices de estanquicidade e permeabilidade, claramente insuficientes”. David Reis conclui que “obviamente, a caixilharia de madeira foi-se desenvolvendo e, hoje, podemos dizer que estamos no mesmo patamar no que toca à inovação deste produto, mas vamos continuar a trabalhar arduamente no sentido de introduzir no mercado mais novidades a curto prazo”.

MultiWindows

No que toca à participação na Tektónica, a MultiWindows espera sempre “uma feira muito movimentada e com uma pluralidade de clientela potencial, algo que se concretizou”, nas palavras de Olga Konovalova, CEO da empresa. O principal objetivo é sempre dar a conhecer os nossos produtos e, nesse sentido, a feira foi extremamente produtiva”, nota a responsável.

Destacando a qualidade de produção da MultiWindows, “que é alvo de melhoria contínua”, Olga Konovalova sublinha a apresentação na Feira, no campo da inovação, de automatismos integrados nos produtos de caixilharia “que permitem uma implementação mais simples para os profissionais, e uma utilização mais confortável para os clientes. Sendo produtos que potenciam a eficiência energética e, consequentemente, a poupança nos gastos energéticos, consideramos que esclarecer o público sobre esta matéria é da maior importância”, conclui.

No que respeita à dinamização da indústria de construção, lançamento de inovações e discussão dos desafios atuais do setor, “o balanço é extremamente positivo”, já que “os eventos que ocorreram abordaram questões pertinentes e atuais, como é o caso da eficiência energética, que finalmente é uma preocupação na indústria da construção”, comenta. “Desmistificar o tema e promover que a tecnologia de isolamento, aliada à sustentabilidade, é efetivamente importante em climas temperados/quentes, é uma matéria que tem que estar cada vez mais presente na seleção de soluções e dos parceiros de negócio”, defende a CEO da MultiWindows.

Passivhaus Portugal

Com uma presença na Tektónica 2024 que se concretizou num espaço partilhado com vários dos seus parceiros, para além da exposição, a Passivhaus Portugal realizou workshops e conversas, num programa contínuo no seu stand.

Como explica à Novoperfil João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal, este ano a grande novidade na Feira foi o Passive House Center, “um projeto estrutural para aquilo que pretendemos que seja a construção Passive House”, que “envolve muitas empresas parceiras da Passivhaus”. Trata-se de “um edifício de formação prática, de testes, para que toda a comunidade Passive House possa testar os produtos, ter as marcas a testar os seus produtos, ter os profissionais (arquitetos, instaladores, construtores, engenheiros), a obter formação”, avança o responsável. Localizado na zona industrial de Pombal, o projeto está em fase de conclusão, e “será o pólo agregador, no centro do país, de todo o setor”. Ou, por outras palavras, “será a alavanca para impulsionar ainda mais a Passivhaus em Portugal”, defende João Marcelino.

“Há dois anos começámos a nossa participação nas grandes feiras do setor. E a diferença no número de pessoas que conhecem o padrão Passive House é enorme. Na nossa primeira participação, na Concreta 2022, a maioria das pessoas, sobretudo se não fossem arquitetos ou engenheiros, chegavam junto a nós para perguntarem 'o que era isto da Passive House'. Cerca de um ano e meio depois, nesta Tektónica 2024, a maioria das pessoas vêm ter connosco a dizer uma de duas coisas: ou que já ouviram/leram sobre a Passive House e querem saber mais; ou que já decidiram que querem projetar e/ou construir Passive House”, esclarece o presidente da Passivhaus Portugal. “Sobretudo no cliente final esta diferença é mesmo gigante. E o público profissional, com destaque para fabricantes e construtores, também quer fazer parte”, detalha ainda o responsável, que considera a participação da Associação nesta edição “positivamente surpreendente”.

No espaço da Passivhaus Portugal na Tektónica estiveram vários dos seus parceiros com soluções para Passive Houses: Grupo Preceram, Persax, Artebel, Homegrid, Rockwool, Caixiplás, Gealan e 1'61. Para além da exposição todos apresentaram os seus produtos e casos de aplicação prática em workshops.

A Passivhaus Portugal realiza a 22 e 23 de outubro, no Centro de Congressos de Aveiro, a sua 12ª Conferência, e já confirmou também a sua participação na edição 2024 da Concreta.

PERFISA

A participação da PERFISA na Tektónica “tem como base reforçar a relação de proximidade que temos com os nossos clientes”, reitera, por seu turno, Eurico Martins, administrador da empresa. Por outro lado, “é óbvio que procuramos chegar a novas audiências e oportunidades através da promoção das nossas soluções construtivas. Nesta perspetiva, consideramos que a nossa presença foi um sucesso”, detalha, em declarações à Novoperfil.

O Perfil Chaimite e o Perfil de Rebordo J foram dois dos produtos destacados na Tektónica. O primeiro é uma solução 2 em 1 que permite replicar a funcionalidade de apoio ao teto de uma cantoneira e de separação à parede de um perfil alheta. Quanto ao Perfil de Rebordo J, trata-se da solução ideal para proteger o rebordo das placas de gesso e executar um alinhamento uniforme da aresta à vista, explica Eurico Martins.

Na sua perspetiva, “ao longo dos anos, a Tektónica tem tido a capacidade de se reinventar apoiando as empresas do sector com várias iniciativas”. Uma das mais importantes, diz, “é, sem dúvida, os Prémios Inovação, um galardão com o qual fomos brindados no ano passado. Por outro lado, para além da componente expositiva, a Tektónica é também um terreno fértil no que diz respeito a conferências, debates e outras atividades paralelas, que nos permitem contribuir com o nosso conhecimento e que, em muito, contribuem para a evolução do setor”, sublinha ainda o administrador da PERFISA.

Ribadao Wood Boutique

A Ribadao Wood Boutique já tinha participado em edições anteriores da Tektónica, o que permitiu à empresa ter “uma noção real dos potenciais desta feira”. Sublinhando que este ano “foi com grandes expectativas que decidimos marcar presença”, Ricardo Ventura, product design manager na Ribadao Wood Boutique, detalha os principais objetivos da empresa com a sua participação na Feira: reforçar a posição no mercado dos pavimentos de madeira, criar novas oportunidades de negócio, parcerias e apresentar novos produtos. No balanço final, “acreditamos que os objetivos delineados inicialmente foram superados”. afirma.

Uma das premissas na participação deste ano foi apresentar novos produtos da Ribadao Wood Boutique, como o painel de parede em madeira e produtos de manutenção para pavimentos de madeira, avança ainda.

Defendendo que, na edição deste ano, “foi possível observar o lançamento de alguns produtos inovadores, principalmente nas áreas da eficiência energética, materiais de construção, máquinas e equipamentos”, Ricardo Ventura acredita que em 2024 a Tektónica “reforçou a importância, dinamismo e crescimento do setor da construção em Portugal, com a apresentação de algumas novidades interessantes e inovadoras e o debate de questões chave e desafios de grande relevância para o setor”.

Topeca

Depois da edição de 2023 “ter sido uma muito boa surpresa”, César Nunes, diretor comercial e de marketing da Topeca, “tinha as expectativas bastante altas”. “As feiras mudaram muito e temos de nos adaptar. Com a massificação da internet as feiras ganharam outra dimensão, e já não são apenas a apresentação do catálogo e de novos produtos. É muito mais profundo que isso, na minha opinião. E nesse sentido, o saldo é bastante positivo”, conclui, acrescentando: “sabemos que o número de visitantes aumentou face a 2023 e a área de exposição também, o que denota a dinâmica do setor”.

O responsável revela ainda que este ano a empresa tinha “um objetivo muito concreto: o lançamento de uma marca, a nova gama Kaltech. Uma gama 100% à base de cal hidráulica natural (NHL) na qual apostámos por ter características e desempenhos muito interessantes, seja na trabalhabilidade dos produtos, seja na sua pegada ecológica” detalha.

Quanto ao balanço geral desta edição da Tektónica, César Nunes opina que o mercado “parece dinâmico e cada vez mais profissionalizado e exigente e, neste sentido, a pertinência das questões ambientais e da neutralidade carbónica, numa das indústrias mais poluidoras, foi abordada de forma clara e sem subterfúgios ou tentativas de florear ou simplificar o problema”, constata. Na sua ótica, “este é, sem dúvida, o desafio, mas também a oportunidade que teremos na próxima década, pelo menos”.