O cuidado na escolha do vidro, que contribui para uma percentagem significativa da envolvente do edifício, e a adoção crescente de fachadas amplas de envidraçado, com perfis cada vez mais minimalistas, tem adquirido maior importância ao longo dos últimos anos.
Atualmente verifica-se uma crescente utilização do vidro duplo em substituição do vidro simples, o que poderá reduzir até 50% o coeficiente de transmissão térmica, isto é, o vidro também contribui para o valor final do isolamento térmico da janela.
Para se obter um bom desempenho térmico e acústico das janelas, existem vários fatores que estão relacionados diretamente com o vidro, sendo os principais a transmissão de calor, a orientação solar do vão de janela e a atenuação acústica.
Relativamente à transmissão de calor da janela, a espessura da câmara de espaçamento entre vidros duplos e triplos é fundamental, de forma a obtermos um bom resultado. O espaçamento pode conter gás nobre (por exemplo, árgon, kripton ou xénon) ou ar e, quanto maior for este espaçamento, menores serão as mudanças térmicas. No entanto, esta regra verifica-se quando o vidro tem uma espessura de cerca de 16-18 mm.
A orientação solar do vão onde queremos instalar a janela é outro dos fatores que deve ser avaliado. Sabemos que as fachadas orientadas a sul têm uma elevada exposição solar, sendo importante ter em atenção o fator solar do vidro. Nestes casos devemos ter em consideração as soluções com valores de fator solar inferior a 0,56, obtidos diretamente pelas características do vidro ou pela aplicação de uma proteção, como, por exemplo, a Película de Controlo Solar (PCS).
A poluição sonora pode perturbar o sono, o descanso, o relaxamento e a concentração, com efeitos negativos na saúde e no bem-estar. A sua prevenção pode passar pela redução da transmissão de ruídos provenientes de fontes no exterior. A escolha do vidro tem assim impacto ao nível da atenuação acústica, pois reflete a capacidade que o vidro tem em resistir às fontes de ruído procedentes do exterior, e por isso, é importante ter espessuras diferentes para os vidros exterior e interior, promovendo assim a sua vibração a diferentes frequências e atenuando o ruído exterior. De ressalvar que, para se obter um melhor isolamento sonoro, o mais adequado são os vidros laminados acústicos.
A etiqueta energética CLASSE+ da ADENE permite simplificar o processo técnico de escolha destes elementos para a janela. O consumidor fica a conhecer a classificação do desempenho energético, de F (menos eficiente) a A+ (mais eficiente), da janela que pretende adquirir, enquanto tem acesso a toda a informação relevante através de pictogramas que tornam mais claro o significado de cada parâmetro (fator solar, coeficiente de transmissão térmica da janela, atenuação acústica, entre outros).
O CLASSE+, que conta atualmente com mais de mil empresas aderentes, tornou-se uma referência no mercado e um instrumento indispensável na eficiência energética dos edifícios.
Nas empresas aderentes, fornecedoras de materiais, estão incluídas as empresas produtoras de vidro, que se destacam pelo compromisso de ir mais longe na promoção da eficiência energética através dos seus produtos inovadores e sustentáveis.
Com perto de 700 mil etiquetas já emitidas pelas empresas aderentes ao CLASSE+, 95% apresenta uma classe energética A+. As principais características da janela e do vidro que a compõe podem ser facilmente encontradas na Etiqueta Energética das Janelas, conforme imagem:
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