Estes temas foram apresentados não só na área de exposição, mas também nos fóruns especializados e nas exposições especiais. Além disso, arquitetos de renome como Carlo Ratti, Satoshi Ohashi, Verena von Beckerath e Elisabeth Endres deram palestras no fórum “O futuro da construção”.
Merecem destaque, por exemplo, as reflexões do professor Xaver Egger, da Sehw Architektur, sobre a construção modular e o seu potencial para remodelar as cidades. Entre as principais conclusões, Egger referiu que, embora a construção modular não seja uma ideia nova - a abordagem, que pode ser observada nos projetos “Neue Heimat” de meados do século XX, procurava construir cidades de uma forma mais normalizada e rentável para fazer face à escassez de habitação - atualmente, a construção modular e em série é mais do que uma solução do passado, porque, como afirmou, “estamos perante um défice de 2 milhões de unidades de habitação a preços acessíveis na Alemanha”.
Anne Kettenburg, da werk.um architekten, foi mais longe, perguntando se os edifícios podem ser deslocados e adaptados a novos fins, partilhando as suas ideias inovadoras sobre o conceito de “imobiliário móvel”. Explicou que a construção modular em madeira é uma solução de alta qualidade, rápida e sustentável, com infinitas possibilidades: desde a flexibilidade oferecida pelos módulos, que podem ser deslocados e reutilizados, reduzindo a necessidade de novas construções, até à rapidez - as secções do edifício podem ser concluídas em três semanas, proporcionando soluções rápidas e temporárias para projetos como escolas - para não mencionar a adaptabilidade oferecida pelo facto de os módulos poderem ser dispostos em qualquer configuração, podendo mesmo ser desmontados e inseridos novos módulos para satisfazer necessidades diferentes.
No entanto, o que torna este conceito de edifício ainda mais transformador é o seu alinhamento com uma economia circular ao longo de todo o seu ciclo de vida - desde a produção e operação até à eventual eliminação - o que contribui para uma menor pegada ambiental.
Para além da Alemanha, os países com maior número de expositores na BAU 2025 foram a Itália, a China, a Turquia, a Áustria, a Polónia, a Bélgica, a Suíça, a Espanha, os Países Baixos e a Grécia.
Em termos de visitantes, manteve-se a tendência de 2023, com um elevado nível de participação internacional. Na edição anterior, a percentagem de visitantes internacionais atingiu 40%. Este ano, foi de 44%. Para além da Alemanha, os países com maior número de visitantes foram a Áustria, a Itália, a Suíça, a Polónia, a Turquia, a China, a Roménia, a República Checa, a Espanha e a Croácia.
“Embora as expectativas para a BAU 2025 tenham sido atenuadas pelo difícil ambiente económico, a resposta tanto dos expositores como dos visitantes foi claramente positiva. A BAU traz valor e confiança, especialmente nos tempos atuais”, afirma Reinhard Pfeiffer, CEO da Messe München, refletindo sobre a BAU 2025.
Dieter Schäfer, presidente do Conselho Consultivo da BAU, também está muito satisfeito: “a BAU 2025 enviou um sinal claro ao setor da construção. Apesar das condições difíceis, o sector está a demonstrar a sua viabilidade futura através da inovação, da mudança e do dinamismo. A feira traz uma nova dinâmica e reforça o intercâmbio que é essencial para o crescimento sustentável e o progresso. Juntos, estamos a moldar o mundo da construção de amanhã”, refletiu.
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