Redescobrir a quinta fachada: soluções técnicas para revitalizar as coberturas comunitárias

Os telhados dos edifícios de habitação deixaram de ser um espaço esquecido ou meramente técnico. Graças a soluções de construção inovadoras e sustentáveis, as coberturas podem ser transformadas em verdadeiros trunfos para as associações de moradores. De espaços verdes ou zonas desportivas a superfícies energéticas ou áreas comuns, a quinta fachada do edifício ganha uma nova vida. Para a Aifim, Associação Ibérica de Fabricantes de Impermeabilizantes, esta transformação é particularmente relevante para os gestores imobiliários registados, que desempenham um papel decisivo na gestão, renovação e melhoria do parque residencial. A utilização de soluções técnicas adequadas não só melhora o valor do edifício, como também traz benefícios energéticos, ambientais e sociais tangíveis.

A conceção moderna das coberturas permite múltiplas configurações adaptadas às necessidades de cada comunidade. Estas incluem coberturas ajardinadas ou verdes, que não só embelezam o ambiente urbano, como também ajudam a reduzir o efeito de ilha de calor, melhoram a gestão das águas pluviais e proporcionam um isolamento térmico natural. As coberturas pedonais tornam-se espaços comuns de lazer, relaxamento ou atividades desportivas, promovendo a vida em comunidade. Por outro lado, os telhados-cisterna incorporam sistemas de armazenamento de água que permitem a sua reutilização para rega ou limpeza, uma solução particularmente útil em ambientes urbanos com limitações de água. Por fim, as coberturas energéticas integram tecnologias solares e outras soluções de elevada eficiência para melhorar a procura e o desempenho energético de todo o edifício.

Em todas estas aplicações, a impermeabilização torna-se um elemento técnico essencial para garantir a viabilidade, a durabilidade e a segurança das soluções implementadas. Uma cobertura verde, um meio de armazenamento de água ou uma instalação fotovoltaica requerem sistemas de impermeabilização de elevado desempenho, capazes de resistir a cargas, raízes, exposição solar ou humidade permanente.

“Sem uma impermeabilização de qualidade e corretamente instalada, qualquer intervenção na cobertura pode comprometer o conforto do edifício e a sua estrutura a longo prazo”, sublinha Gutiérrez. E continua: “Na Aifim, estamos a trabalhar para que o valor estratégico da impermeabilização seja reconhecido como a base técnica de uma cobertura funcional, segura e sustentável.

Estas soluções permitem recuperar a cobertura como um prolongamento do edifício, ao serviço das pessoas. Em muitos projetos, a chamada quinta fachada, concebida pelo arquiteto Le Corbusier em meados do século XX, tornou-se um verdadeiro pulmão verde, um espaço de encontro entre vizinhos ou uma zona desportiva em altura.

Também em climas com temperaturas elevadas, as coberturas frias revelaram-se particularmente eficazes para melhorar o conforto térmico e reduzir o consumo de energia dos edifícios. Estas soluções ajudam a atenuar o impacto do calor na envolvente do edifício.

Quando a cobertura não foi concebida para um determinado uso desde a fase de projeto, e esse uso é alterado na sequência de uma reabilitação, a alteração deve ser sempre efetuada sob a supervisão de um arquiteto ou técnico competente. Este profissional deve verificar se a nova utilização não compromete a integridade estrutural do edifício.

No âmbito dos objetivos de descarbonização e reabilitação do parque edificado, as coberturas multifuncionais estão a consolidar-se como uma das intervenções com maior impacto positivo e melhor retorno económico para as comunidades. Muitas destas ações podem beneficiar de subsídios públicos, como o recentemente lançado Plano de Coberturas Verdes da Câmara Municipal de Madrid, e de programas de eficiência energética, especialmente se incluírem melhorias no isolamento, na gestão da água ou na geração renovável.

”O telhado já não é apenas um elemento de construção, é um espaço que pode proporcionar qualidade de vida, reduzir os custos energéticos e reforçar o valor patrimonial do edifício. É essencial que os gestores imobiliários incorporem esta visão na sua estratégia de gestão e que sejam capazes de comunicar as vantagens deste tipo de instalação aos seus residentes", conclui Blanca Gutiérrez, diretora da Aifim.