A Norsk Hydro ASA anunciou um desempenho robusto no segundo trimestre de 2025, com um EBITDA ajustado de 7.790 milhões de coroas norueguesas (NOK), um aumento significativo face aos 5.839 milhões registados no mesmo período do ano anterior. Este crescimento foi impulsionado pelo aumento dos preços do alumínio e da energia, bem como pela realização de lucros internos previamente eliminados. No entanto, efeitos cambiais negativos e o aumento dos custos das matérias-primas — especialmente da alumina — atenuaram parcialmente os ganhos.
Central hidroeléctrica de Såheim, regulador da turbina do grupo gerador 2, Håvard Espeland.
Foto: Bård Gudim/Hydro.
“Ao enfrentar um contexto global de incerteza crescente, estamos satisfeitos com os resultados deste trimestre”, afirmou Eivind Kallevik, presidente e CEO da Hydro. “Estamos a adotar medidas proativas para reforçar a nossa resiliência a longo prazo e eficiência operacional.”
Face às incertezas geopolíticas e às alterações regulatórias globais, a Hydro decidiu reduzir em NOK 1,5 mil milhões o seu investimento de capital previsto para 2025, fixando-o agora em NOK 13,5 mil milhões. A empresa introduziu também um congelamento das contratações externas para funções administrativas (white collar) a partir de junho, enquanto conduz uma análise estrutural dos seus recursos humanos, com o objetivo de alinhar a força de trabalho com as prioridades estratégicas.
“Estamos a focar-nos na preservação da força financeira, na eficiência de capital e na manutenção da flexibilidade. Apesar das tensões comerciais, ainda não sentimos impactos diretos nas operações. A nossa maior preocupação é o potencial abrandamento económico global”, sublinhou Kallevik.
Resultados por área de negócio:
Estratégia verde e desafios no setor energético
A aposta da Hydro na sustentabilidade foi reforçada com a emissão do seu primeiro 'Green Bond' europeu, no valor de 500 milhões de euros, com um juro anual de 3,75%, colocado com sucesso em junho e listado na Euronext Dublin. O montante será canalizado para projetos alinhados com o seu 'Green Bond Framework'.
Apesar disso, a Hydro enfrentou desafios no fornecimento de energia renovável, nomeadamente com o fim antecipado do contrato de compra de energia com a empresa sueca Cloud Snurran AB, devido a dificuldades financeiras desta última. A rescisão amigável, formalizada em julho, inclui uma compensação negociada de até 90 milhões de euros. Este episódio, tal como problemas anteriores com a Markbygden Ett AB, evidencia os riscos do mercado eólico sueco.
No Brasil, obstáculos na rede e incertezas regulatórias continuam a limitar as entregas de energia solar e eólica, afetando volumes e preços. Face a estas restrições estruturais, a Hydro revê agora os seus critérios de retorno para novos investimentos na região, tendo registado imparidades de cerca de NOK 400 milhões em ativos energéticos. Apesar disso, as operações nas unidades brasileiras Albras, Alunorte e Paragominas mantêm-se estáveis, apoiadas em contratos de fornecimento de longo prazo.
Programas de melhoria operacional e comercial
Com o objetivo de alcançar 6,5 mil milhões de coroas norueguesas em melhorias acumuladas até 2030, a Hydro já cumpriu 70% do objetivo de 2025 (600 milhões de coroas norueguesas), impulsionada por iniciativas operacionais, de compras e comerciais. A unidade da Hydro Extrusions planeia reduzir mais de 100 postos de trabalho até 2025, através de automação, para reforçar a produtividade, a segurança e a qualidade.
No plano comercial, a empresa registou um aumento de 50% na venda de produtos com menor pegada de carbono, comparativamente a 2024. Destaca-se o primeiro contrato para fornecimento de Hydro CIRCAL com um grande fabricante automóvel da América do Norte e o crescimento sustentado da procura por soluções sustentáveis.
Indicadores financeiros adicionais
O lucro líquido da Hydro no segundo trimestre de 2025 foi de 2.450 milhões de coroas norueguesas, refletindo perdas não realizadas de derivados (480 milhões de coroas norueguesas), ganhos cambiais líquidos (72 milhões de coroas norueguesas), imparidades em investimentos participados (392 milhões de coroas norueguesas) e custos de racionalização e encerramento (102 milhões de coroas norueguesas).
A dívida líquida aumentou ligeiramente, de 15,1 mil milhões para 15,5 mil milhões de coroas norueguesas, enquanto a dívida líquida ajustada passou para 23 mil milhões de coroas norueguesas, impulsionada por maiores responsabilidades com pensões e passivos financeiros.
Apesar da ligeira queda face ao primeiro trimestre (EBITDA ajustado de 9.516 milhões de coroas norueguesas), os resultados do segundo trimestre refletem resiliência num ambiente económico global volátil.
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