Continuar a investir na formação de novas competências para assegurar a transição digital do setor das janelas

Deve ser reforçada a urgência de apostar na qualificação como ferramenta de diferenciação, competitividade e modernização

Nos últimos anos temos assistido a uma profunda transformação no setor da construção, impulsionada por tendências impactantes como a digitalização, a robotização e a inteligência artificial. Estas mudanças estão também a moldar o presente e a definir o futuro do fabrico e instalação das janelas, portas e fachadas eficientes, exigindo uma adaptação rápida e um reposicionamento estratégico, quer das empresas, quer dos profissionais.

Neste contexto, a requalificação dos recursos humanos das empresas assume-se como um eixo central no assegurar das condições de produtividade e competitividade. Para isso, é necessário continuar a reforçar o investimento na formação dos colaboradores em todas as áreas das empresas (gestão, comercial, marketing, técnica, logística, etc.) para garantir que estas estão preparadas para vencer os obstáculos e dificuldades, bem como para aproveitar todos os novos desafios e oportunidades que o futuro próximo nos vai trazer.

A formação contínua deve ser encarada como uma aposta e a melhor resposta a todos os desafios das novas tendências. Mas é, sobretudo, no seio das lideranças empresariais que deve nascer a convicção de que o conhecimento é um ativo estratégico. Um setor que se pretende mais inovador, mais eficiente e mais sustentável exige profissionais tecnicamente preparados para operar novas tecnologias, com novos materiais e novos processos. E trabalhar com as ferramentas digitais, compreendendo e aproveitando as vantagens da utilização da inteligência artificial (IA) em algumas áreas das empresas (gestão, administrativa, comercial, marketing, técnico).

É verdade que o setor das janelas eficientes é composto, maioritariamente, por PMEs, muitas das quais com estruturas pequenas e recursos limitados. No entanto, essa realidade não pode servir de justificação para a estagnação, sobretudo no que diz respeito ao conhecimento. Pelo contrário: deve ser reforçada a urgência de apostar na qualificação, como ferramenta de diferenciação, competitividade e modernização. A adoção de ferramentas digitais para a orçamentação, gestão de obra, fabrico robotizado ou apoio ao cliente exige profissionais capacitados para operar essas soluções, mas sobretudo líderes que reconheçam que a formação profissional é uma das pedras angulares para a sobrevivência e crescimento positivo das empresas.

Enquanto presidente da ANFAJE tenho testemunhado de perto a crescente complexidade e exigência dos projetos no setor. O futuro da construção será cada vez mais digital, tecnológico e sustentável. E para responder a este futuro com confiança, as empresas precisam de líderes com visão, dinamismo e capacidade de antecipar as mudanças. Precisam de apostar na contratação de novos talentos, na retenção dos melhores profissionais, na requalificação de outros e na promoção de uma cultura de aprendizagem contínua. A aposta na formação permanente deve ser encarada como um investimento da empresa, que se traduz em maior produtividade, inovação e qualidade. A formação não pode ser apenas o cumprimento da obrigação legal de ministrar ‘x’ horas anuais a cada colaborador.

O setor das janelas eficientes tem feito um percurso notável de afirmação em Portugal. Mas para lidar com os atuais desafios e aproveitar as próximas oportunidades é imperativo que os empresários olhem para a qualificação dos seus colaboradores como uma prioridade estratégica. Só assim estaremos verdadeiramente preparados para abraçar os desafios da digitalização, da robotização e da inteligência artificial — e transformá-los em vantagens competitivas num mercado em rápida evolução e de difícil acompanhamento.