A mudança melhorou a iluminação natural do interior, mas também colocou novos desafios: a perda das ancoragens originais e um aumento significativo da radiação solar direta. Estas condições tornaram impossível reproduzir fielmente o sistema de velas projetado por Manrique em 1983, embora fosse essencial manter a continuidade formal da cobertura.
Moñita abordou o projeto com dois objetivos principais: reduzir a radiação solar sobre a nova cobertura de ETFE e preservar a coerência estética do conjunto. A resposta foi a instalação de cinco velas tensionadas com geometria paraboloide hiperbólica que se integram no sistema original mantido nas claraboias não modificadas.
A secção longa do L tem duas grandes velas que cobrem vãos de cerca de 17 metros. O troço curto, por outro lado, concentrou o maior desafio: salvar um vão de 35 metros, consequência direta da nova configuração da claraboia.
A solução consistiu em articular três velas que convergem num único mastro de 18 metros de altura:
Esta disposição sobreposta permitiu resolver o salto estrutural sem apoios intermédios, garantindo uma filtragem gradual da luz e reforçando a integração visual com o telhado histórico.
O sistema era constituído por treze mastros pivotantes, com alturas compreendidas entre três e 18 metros, apoiados no topo dos pilares do edifício. Para estabilizar o sistema, foram instalados 34 tirantes com diâmetros entre 16 e 38 mm para absorver as forças geradas pelas lonas.
A montagem foi particularmente complexa. O manuseamento de grandes mastros e lonas de até 300 m² teve de ser efetuado num telhado já equipado com almofadas de ETFE, o que significava que qualquer contacto ou fricção com o material existente tinha de ser evitado. Além disso, não era possível utilizar gruas pesadas a partir da via pública, uma vez que as distâncias a percorrer ultrapassavam os 100 metros.
Optou-se por utilizar uma mini-guindaste, suficientemente leve para não comprometer a estrutura de suporte, mas com capacidade para levantar os mastros, e um sistema de roldanas e retornos que permitiu deslocar as lonas sobre a claraboia sem tocar no ETFE. Uma vez posicionadas, foram fixadas aos mastros e tensionadas até se obter a geometria planeada.
O complexo foi resolvido através de treze mastros pivotantes, com alturas que variam entre três e 18 metros, apoiados nas cabeças dos pilares do edifício.
A secção curta, com a sobreposição de três velas capazes de cobrir 35 metros de vão livre, constitui o marco técnico e visual do projeto. Para além da sua eficácia funcional, esta solução reforça a continuidade formal da cobertura e consolida o estatuto de La Vaguada como uma referência arquitetónica em Madrid.
Dados técnicos
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