BJ6 - Novoperfil Portugal

30 PERFIL EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFÍCIOS Momento de mudança e esperança: sustentabilidade, eficiência e conforto Torna-se cada vez mais clara a necessidade de adaptação e transição nas vertentes climática, energética e digital. Mas, este momento de emergência, poderá transformar-se nummomento de esperança e mudança, se atuarmos de modo articulado nestas vertentes para a sua resolução. António Batalha Responsável pela gestão do Portal casA+ da ADENE - Agência para a Energia Podemos atuar na dimensão climá- tica, dando continuidade ao Pacto Ecológico Europeu e aos compromis- sos de Portugal de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre 45% a 50% até 2030, previsto no Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030) e, de atingir a neutrali- dade carbónica até 2050. Temos de atuar também, sendo aliás fundamental para a concretização dos compromissos referidos, na redução do consumo energético, apostando na eficiência energética e procurando uma redução de 35% de energia pri- mária e a incorporação de cerca de 47% de energia proveniente de fontes de energia renovável no consumo final bruto de energia. Nesta ação, temos ainda a oportunidade e necessidade de apostar emmelhorar o conforto nos edifícios, evidenciadas pela situação pandémica e de confinamento, que expuseramo quanto podemos melho- rar o conforto das nossas habitações. Tudo isto não esquecendo também que a sociedade vive um momento de transição digital, não apenas nas nossas atividades diárias, mas também nas possibilidades que essa transição digital gera nas respostas dos edifícios às revoluções tecnológica e climática que vivemos e ambicionamos. Assim, sabemos que teremos de encon- trar soluções para os desafios que se colocam à humanidade para reduzir o seu impacto no meio ambiente, pro- curando e tirando partido de novas tecnologias e recuperar alguns méto- dos ancestrais para reduzir o consumo energético, promover a renovação e António Batalha. apostar emnovosmétodos construtivos tendo sempre em vista o aumento do conforto nas nossas casas, integrando toda a capacidade tecnológica nas nossas atividades diárias. É imperativo agir de forma holística, procurando resolver todos estes desafios com solu- ções que respondam em múltiplas camadas e vertentes, abandonando de vez as soluções desagregadas e unitárias. Desta forma, como o parque edificado é responsável pelo consumo de apro- ximadamente 40% da energia final, na Europa, e cerca de 30%, em Portugal e que mais de 50 % do consumo dos edifícios pode ser reduzido através da introdução de medidas de melhoria de eficiência energética, identificadas nos Certificados Energéticos (SCE), que também nos informam que a maioria dos edifícios construídos em Portugal não possui isolamento térmico, que as envolventes são fundamentais para o conforto de uma habitação e res- ponsáveis pelos ganhos e perdas de calor. Neste sentido, um dos elemen- tos essenciais a renovar nos edifícios é a sua envolvente, pois é dos que

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