BJ6 - Novoperfil Portugal

31 PERFIL EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFÍCIOS mais influencia o consumo de ener- gia, sendo responsável, emmédia, por 25 % do total de consumo energético de um edifício residencial. Neste contexto, podemos apostar na renovação pontual ou integral das envolventes opacas, tanto podem ser paredes como as coberturas e, que apresentam diversas caraterísticas e formas de identificar a sua pouca eficiência: • As paredes sem isolamento são responsáveis por elevadas perdas (no inverno) e ganhos de calor (no verão) e podem desenvolver focos de condensação, fungos e bolores. Estas paredes ineficientes compouca espessura, e no caso de paredes duplas quando inferiores a 30cm, ao tato apresentam-se muito frias no inverno e muito quentes no verão e podem ainda apresentar coloração negra ou amarela como indícios de problemas; • As coberturas pouco eficientes repre- sentam cerca de 30% das perdas de calor numa habitação (no inverno), podem ainda promover os ganhos de calor no verão e à semelhança das paredes tambémpodemdesenvolver as mesmas patologias como focos de condensação, fungos e bolores como sinal de falta de isolamento, esta falta de isolamento é fácil de verificar ainda pela existência de grandes oscilações de tempera- tura na habitação, muito frio no inverno e muito quente no verão, pela degradação dos materiais de revestimento na sua face inferior e existência de infiltrações nos tetos. Ao nível dos envidraçados, a substi- tuição de uma janela vulgar, de vidro simples e sem corte térmico por uma janela eficiente de classe 'A+' poderá reduzir as perdas de energia associadas a este elemento em pelo menos 50%. Para além de um melhor desempe- nho energético, as janelas eficientes aumentam o conforto da habitação, proporcionando um melhor desem- penho acústico e equilíbrio térmico. Mas com a renovação e implementa- ção de isolamento térmico podemos usufruir de diversos benefícios, pois o conforto térmico melhora, bem como o isolamento acústico, contribuindo para a redução das necessidades de utilização dos equipamentos de cli- matização, na redução do valor da fatura de energia e na minimização das patologias, com melhoria das condições interiores das habitações e promove-se uma maior durabili- dade do edifício. Não esquecendo os aspetos como o aproveitamento da intervenção para impermeabilizar as envolventes de modo a evitar possíveis infiltrações, verificar a resistência ao fogo dos materiais de isolamento e a informação sobre a atenuação acús- tica, especialmente em locais de ruido elevado. Com os problemas e as formas de resolução identificados, teremos de partir em busca da melhoria, com Portugal empenhado em alcançar a descarbonização do parque edificado, tendo sido o primeiro país a entregar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este plano que está organizado em 20 Componentes agrupadas em torno de três dimensões estruturan- tes: Resiliência, Transição Climática e Transição Digital. Inclui um finan- ciamento de 610M€ para promover a eficiência energética nos edifícios residenciais, da Administração Pública central e de serviços. Estes financiamentos permitem colo- car em prática a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação de Edifícios (ELPRE), o Programa de Eficiência de Recursos na Administração Pública (ECO.AP 2030) e a Estratégia Nacional a Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética. O investimento para a eficiência energética em edi- fícios residenciais já se iniciou, com o lançamento do 'Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis', do Fundo Ambiental. Este instrumento impul- sionador da melhoria da eficiência energética, hídrica e ambiental das habitações, encontra-se já na sua 2ª fase para a qual existe uma dotação de 30M€. Sendo que para ajudar os cidadãos e as famílias na implementação das medidas de melhorias ao nível da envolvente foram previstas neste Programa ações especificas, tais como: • Melhorias passivas ao nível da envolvente, através, por exemplo, do isolamento térmico das paredes, das coberturas e dos envidraçados; • Intervenções que promovama incor- poração de biomateriais, materiais reciclados, soluções de base natu-

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