BJ14 - Novoperfil Portugal

REVISTA DA ENVOLVENTE DO EDIFÍCIO J A N E L A S | FAC H A DA S | V I D R O | P E R S I A N A S | TO L D O S | P O R TA S | AU TOMAT I S MO S Preço:11 € | Periodicidade: Bimestral | Julho 2023 - Nº 14 | www.novoperfil.pt 14 Julho 2023 PERFIL www.novoperfil.pt Perfis de alta eficiência energética Deceuninck. Pensados para criar uma casa confortàvel e eficiente Alcança a máxima eficiência, economia e conforto, protegendo o planeta. Os perfis Deceuninck para janelas de alto desempenho destacam-se pela qualidade e resistência pela utilização de materiais 100% recicláveis e reciclados. Elegant Infinity Thermofibra Comprometidos con a economia circular

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6 PERFIL Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Sónia Ramalho Equipa Editorial Sónia Ramalho, Alexandra Costa, Gabriela Costa, José Luis Paris Marketing e Publicidade Hélder Marques e Frederico Mascarenhas redacao_novoperfil@interempresas.net www.novoperfil.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 66 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127424 Déposito Legal 468458/20 Distribuição total +8.500 envios. Distribuição digital a +7.400 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel. Edição Número 14 – Julho de 2023 Estatuto Editorial disponível em https://www.novoperfil.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Media Partner Principal: Parceiros: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Novoperfil adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. Smart home and building solutions. Global. Secure. Connected. Membro Ativo: SUMÁRIO ATUALIDADE 8 Portugueses arrecadam segundo lugar em Concurso Internacional de Arquitetura da Saint-Gobain 18 Ana Luz, gestora do Archi Summit 20 casA’s+ passivas 24 A importância da estanquidade na instalação de janelas eficientes 28 Passive House para todos 30 Janelas novas e eficientes 36 Lilu’s House, um laboratório experimental que define a construção do presente 38 Entrevista com Susana Lucas, Engenheira Civil 46 Nada é permanente, exceto a mudança! 50 Grupo Navarra desenvolve soluções de alumínio com impacto numa construção e arquitetura mais sustentáveis 52 nZEB e o design holístico das janelas 54 NOTICIAS ANFAJE 56 Entrevista a Pedro Aguiar, gerente da Vitropor 58 A janela na construção industrializada 60 A construção industrializada, uma aposta de futuro para o setor 62 APAL promove economia circular na construção 66 Indústria do alumínio a caminho da neutralidade carbónica até 2050 68 Interfaces da fachada & Resistência ao fogo 70 AEPA testa novo calculador automático de energia para portas 74 Sto eleita Líder de Mercado Global 2023 na categoria de ‘Sistemas de Isolamento Térmico Exterior’ 76 Lousalu e Technoform desenvolvem um novo sistema elevável minimalista com poliamida Anti bi-metal 78 Velux lança novas janelas 2em1 para dobro da luz e da paisagem 80 Saxun lança novo sistema de iluminação LED para pérgulas bioclimáticas 82 Como o pano de limpeza da Mewa impulsiona pequenas indústrias 84 Soluções Vicaima no recém- -inaugurado Hotel Dos Reis by The Beautique Hotels (TBH) 86 Vantagens das portas rápidas Ferroflex em linhas de produção automatizadas 88 Lacobel e Matelac: A coleção de vidros lacados da AGC 90 Sto lança novo serviço StoCapture para digitalização de fachadas de edifícios em reabilitação 91 C M Y CM MY CY CMY K

8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER AICCOPN: Obras públicas com crescimento expressivo nos primeiros cinco meses do ano Concursos de empreitadas de obras públicas promovidos ascendem a 2.655 milhões de euros. Os dados do último Barómetro das Obras Públicas, divulgado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas – AICCOPN – revelam que, nos primeiros cinco meses do ano, foram promovidos concursos de empreitadas de obras publicas no montante de 2.655 milhões de euros, valor que corresponde a um expressivo crescimento de 78%, face aos 1.489 milhões de euros apurados no período homólogo. Até ao final do mês de maio, os contratos de empreitadas celebrados e reportados no Portal Base(*), no âmbito de concursos públicos, totalizaram809milhões de euros, montante que traduz um aumento de 47%(*) em termos homólogos. Quanto aos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados em resultado de Ajustes Diretos e Consultas Prévias, os números da AICCOPN indicam que os mesmos atingiram, de janeiro a maio, 231 milhões de euros, o que corresponde a uma variação de 45%(*) face ao apurado no período homólogo. O total de contratos celebrados nos primeiros cinco meses do ano situou-se nos 1.110 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 47%(*) face ao montante apurado no mesmo período do ano anterior. * Valores disponíveis no dia 15 do mês seguinte ao mês de referência. Variação Homóloga temporalmente comparável: variação calculada com a informação disponível no dia 15 do mês seguinte ao mês de referência da celebração dos contratos. Extrusal apresenta novo sistema de janelas de batente A.175 FE. A Extrusal lança o seu novo sistema A.175 FE, uma solução de janelas eficientes e esteticamente apelativas. Projetado com uma linha revivalista, o A.175 FE combina minimalismo com os traços da clássica caixilharia de ferro, e o seu lançamento visa “atender às tendências do mercado”. A versatilidade e adaptabilidade são duas vantagens da nova solução, divulga a empresa. O sistema de batente A.175 FE apresenta várias opções de aberturas, desde batente, basculante, oscilo batente e abertura exterior. O sistema é ainda compatível com vidro duplo ou triplo, permitindo um ótimo isolamento térmico e acústico. O novo sistema conta com uma nova linha de acessórios em alumínio, passível de ser lacada ou anodizada, seguindo o mesmo tratamento aplicado nos perfis. Para além da estética harmoniosa de toda a janela, é também garantida a sua durabilidade. A opção de escolha permite optar pelo tratamento de superfície mais adequado ao tipo de ambiente ao qual a janela está exposta oferecendo maior resistência à corrosão e ao desgaste (ambientes mais agressivos, tal como a proximidade marítima ou ambientes poluídos, ou menos agressivos). Por outro lado, a introdução de componentes sustentáveis (ALUMÍNIO) nos sistemas reforça a construção sustentável. Para facilitar o uso e especificação do sistema A.175 FE em projetos de arquitetura e construção, a Extrusal disponibiliza-o na sua biblioteca BIM. Assim, os profissionais podem aceder a informações detalhadas, modelos em 3D e outros recursos importantes para integrar o sistema nos projetos. Com o lançamento do sistema A.175 FE, a Extrusal reafirma seu compromisso em oferecer soluções inovadoras, funcionais e esteticamente atraentes para o mercado de janelas e portas.

9 A nova solução de perfis Anti bi-metal para a Ruptura Térmica são desenhadas para deslizar uma contra a outra, o que permite que os perfis de alumínio externo e interno se expandam de forma independente, evitando assim o chamado efeito bimetálico. A nova solução Anti bi-metal da Technoform oferece melhor funcionalidade do que as alternativas atuais. Além disso, requer o mesmo manuseio e pode ser substituído por perfis existentes sem modificar o processo de cravado. Soluções para isolamento de janelas, portas e fachadas. Descubra mais em www.technoform.com Nova solução Anti bi-metal

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Hydro Building Systems e Saint-Gobain Glass juntam esforços para criar fachadas com baixa pegada de carbono A Hydro Building Systems e a Saint-Gobain Glass firmaram uma parceria internacional com o objetivo de “impulsionar a descarbonização, apoiando a indústria da construção a conceber fachadas sustentáveis com a circularidade integrada”. Segundo a Saint-Gobain Glass isso será feito através da utilização de produtos com baixas emissões de carbono graças a uma elevada percentagem de materiais reciclados: especificamente os produtos de alumínio para fachadas da Hydro Building Systems fabricados com Hydro CIRCAL® 75R e o substrato de vidro SaintGobain Glass ORAÉ®. De notar que, atualmente, os edifícios são responsáveis por 39% das emissões globais de gases com efeito de estufa. A Saint-Gobain Glass aponta ainda que, e de acordo com um estudo de avaliação do ciclo de vida das fachadas, se estima que o carbono incorporado na fachada do edifício possa ser reduzido até metade, combinando sistemas de fachada produzidos com Hydro CIRCAL 75R e envidraçados com produtos ORAÉ, como o vidro de controlo solar COOL-LITE XTREME ORAÉ. A Hydro Building Systems e a Saint-Gobain Glass revelaram que estão a investir separadamente no desenvolvimento de parcerias de mineração urbana por toda a Europa, em linha com a sua abordagem de sustentabilidade. Cada empresa implementou iniciativas de recolha e reciclagem de alumínio e vidro em fim de vida, promovendo assim a circularidade. Algo que está atualmente a ser feito na renovação de um edifício em França. Sobre a parceria, Marion Portenseigne, diretora de Especificação de Fachadas de Vidro da Saint-Gobain Glass, afirmou: “Partilhamos com a Hydro Building Systems a mesma ambição de sermos líderes em construção leve e sustentável. Esta parceria permitirá aumentar a consciencialização para soluções de baixo carbono para fachadas. Isto significa formação para que a cadeia de profissionais possa conhecer a oferta e vantagens, com a realização de ações de comunicação conjuntas que começaram com a feira BAU na Alemanha, em abril passado, e em projetos específicos para promover ambas as soluções.” Já Lucile Souyri, Responsável de Sustentabilidade da Hydro Building Systems, comentou: ”Durante muitos anos, a sustentabilidade tem sido uma parte essencial da nossa estratégia como empresa e a força motriz por trás do nosso compromisso com a inovação de baixo carbono. Estamos muito satisfeitos por poder trabalhar em conjunto com a Saint-Gobain Glass para estabelecer um novo padrão e liderar o caminho para um ambiente de construção mais sustentável. Assim, a nossa parceria inclui os elementos apresentados anteriormente por Marion e, além disso, trabalhamos em conjunto para garantir que o vidro e o alumínio das fachadas em fim de vida sejam reciclados. No entanto, tal só será conseguido através de uma colaboração mais estreita com as equipas de ambas as empresas envolvidas, desde as fases iniciais de conceção do projeto até à conclusão do edifício." C M Y CM MY CY CMY K

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12 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Programa de Bem-Estar Mental da Saint-Gobain Portugal recebe menção honrosa A Saint-Gobain Portugal foi distinguida com uma menção honrosa na 3ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, na categoria de Saúde e Bem-Estar nas Empresas / Organizações, graças ao Programa de Bem-Estar Mental. A iniciativa visa sensibilizar para a importância da saúde mental, bem como garantir o bem-estar dos colaboradores. É a segunda vez que a Saint-Gobain Portugal conquista uma menção honrosa do prémio promovido pelo Jornal de Negócios, que tem como objetivo reconhecer, inspirar, promover e divulgar o trabalho e a atuação das empresas que se juntam a esta iniciativa pela sustentabilidade global nas diferentes áreas de Sustentabilidade: ambiental, social e financeira (ESG). A empresa vê reconhecido o Programa de Bem-Estar Mental, iniciado no final de 2020, num contexto socioeconómico particularmente atípico provocado pela pandemia. Partindo de uma primeira avaliação de riscos psicossociais, foi estruturado um programa de ação que visa sensibilizar os colaboradores para a importância da saúde mental, bem como garantir o bem-estar de todos. O programa tem em curso várias ações de sensibilização e informação e a medida que teve mais impacto foi a disponibilização de um Serviço de Telepsicologia disponível a todos os colaboradores que, em novembro de 2022, já totalizava 205 consultas realizadas. Na sequência deste programa, a empresa passou ainda a ter uma melhor perceção dos fatores que impactam negativamente os colaboradores, podendo atuar de forma mais positiva e assertiva neste tema. Um dos pilares do desenvolvimento da Saint-Gobain é o respeito pelas pessoas e pela segurança e saúde no trabalho. Este compromisso é estabelecido nos «Princípios de Comportamento e Atuação». A adesão a esses princípios é uma condição para pertencer ao grupo e a política de saúde é uma aplicação direta dos mesmos, em coerência com a política EHS (Ambiente, Saúde, Segurança). AGC Glass Europe compra eletricidade verde de 14 turbinas eólicas Luminus A AGC Glass Europe assinou um contrato de compra de energia com a Luminus para o fornecimento de 67 GWh de eletricidade verde, o que vai tornar o seu processo de produção, localizado na Bélgica, ainda mais sustentável. Este contrato estende a cooperação de longo prazo entre as duas empresas. A Luminus já construiu uma turbina eólica na fábrica da AGC, emSeneffe, eas duas empresas também pretendemconstruir uma turbina eólica nas unidades de produção de Mol e Zeebrugge. Recentementeconcluído, oAcordoCorporativo de Compra de Energia (CPPA) cobre a produção total de 14 turbinas eólicas Luminus em Ciney e Dinant, e cobre o fornecimento anual de ±67 GWh de energia eólica para a AGC Glass Europe nos próximos anos. Neutralidade climática para a AGC Glass Europe Estecontratode longoprazo iráajudar o roteiro da AGC Glass Europe emdireção à neutralidadede carbono. Ao aumentar a participação de energia renovável no consumo total de energia das suas instalações de produção localizadas na Bélgica, a AGC, líder mundial em vidro plano, faz um esforço extra para tornar a produção de vidro para construção e outros setores ainda mais sustentável. Turbina eólica em Seneffe.

13 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Janelas, Portas e Fachadas com www.reynaers.pt XIV Congresso de Construção Metálica e Mista marcado para novembro O XIV Congresso de Construção Metálica e Mista, organizado pela CMM, irá realizar-se nos dias 23 e 24 de novembro de 2023, no Convento de São Francisco, em Coimbra. Em destaque estarão os temas ‘Construção Modular’ e ‘Manufatura Aditiva’. De acordo com a Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista (CMM), esta iniciativa acontece na sequência do sucesso dos últimos congressos, e tem como principal objetivo divulgar as mais recentes inovações e realizações no âmbito deste tipo de construção. “Pretende-se que o congresso seja um local privilegiado para o intercâmbio de ideias e experiências entre vários intervenientes no projeto e na execução de estruturas metálicas e mistas, bem como nas atividades de investigação e ensino da área”, refere a CMM em comunicado. Data limite de inscrição (1ª fase): 8 de setembro de 2023. Porta de correr MasterPatio distinguida na 3ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade Decorreu recentemente a 3ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, uma iniciativa do Jornal de Negócios alinhada com os Objetivos de Sustentabilidade das Nações Unidas e que visa reconhecer projetos com um impacto positivo emmatéria de sustentabilidade, descarbonização e economia circular. A porta de correr MasterPatio, da Reynaers Aluminium, foi distinguida com uma menção honrosa na categoria descarbonização. Com valores de isolamento a atingir o nível passivo, a eficiência térmica de MasterPatio foi levada ao limite máximo possível sem comprometer os objetivos de circularidade e descarbonização. Certificado Cradle to Cradle Bronze e com o selo Sustainable Value | ISO 14001, contribui com créditos para a certificação BREEAM e LEED dos edifícios. Em 2021 havia já sido distinguido pelo Red Dot Design Award. O isolamento superior e os componentes reciclados fazem desta solução em alumínio a ideal para todos os novos edifícios ou projetos de nova construção ou renovação sustentável. À iniciativa candidataram-se mais de uma centena de projetos inspiradores, de diversos sectores e em diversas categorias, a provar que temas como as alterações climáticas, o bem-estar dos colaboradores, a otimização dos recursos, o meio ambiente e a sustentabilidade dos negócios e da comunidade ganharam uma relevância extraordinária no contexto empresarial.

14 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Comissão Europeia prevê crescimento de 2,1% do investimento em construção As previsões de primavera da Comissão Europeia perspetivam um crescimento do investimento em construção de 2,1%, em 2023, acelerando para 2,8% em 2024, de acordo com dados divulgados pela AICCOPN. Ainda assim, as Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo INE referentes ao 1º trimestre do ano revelam um fraco arranque dos indicadores referentes ao Setor da Construção e do Imobiliário, apurando-se umdecréscimo, em termos homólogos, de 6,5% do Investimento em Construção e de 3,7% do VAB do setor. Nomercado imobiliário, o número de fogos em construções novas licenciados pelas Câmaras Municipais nos primeiros três meses de 2023 totalizou 8.742, o que corresponde a um aumento de 7,1%, face aos 8.175 alojamentos licenciados no mesmo período do ano anterior. Este aumento do número de fogos licenciados em construções novas revela uma maior aposta dos investidores pela construção de edifícios multifamiliares, uma vez que o número de licenças para construção de edifícios de habitação nova regista uma quebra de 13%, neste período. Quanto ao montante dos novos empréstimos concedidos pelas instituições financeiras a particulares para aquisição de habitação, regista-se um aumento de 9% em termos homólogos, até março, totalizando 4.531 milhões de euros. Até ao final domês de abril de 2023, o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 1.246 milhares de toneladas, o que traduz uma redução de 4,1%, face ao mesmo período de 2022. No segmento da engenharia civil, nos primeiros quatro meses de 2023 observa-se uma evolução favorável nos principais indicadores. O volume total de concursos de empreitadas de obras públicas promovidos registou uma variação de 43,6%, em termos homólogos. Quanto ao volume total dos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados neste período e objeto de reporte no Portal Base até ao passado dia 15 de maio, verifica-se um acréscimo de 54,7%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável. Novas soluções climalit ecológico, vidro amigo do ambiente Reiterando o seu compromisso com o bem-estar dos utilizadores e a sustentabilidade do planeta, a SaintGobain Glass lança o Climalit Ecológico, soluções de vidro duplo com capas, cujo vidro base é o Oraé composto por 70% de vidro reciclado (casco). Caracterizado como amigo do ambiente, é o primeiro vidro no mercado com uma pegada de carbono estimada de apenas 7 kg CO2 eq./m2 (para uma espessura de 4 mm), o que representa uma redução de aproximadamente 40%, em relação à média europeia de produção de vidro base. “Amais recente aposta da Saint-Gobain foi idealizada para contribuir para o planeta e para o bem-estar das pessoas. O processo de produção e transformação do Climalit Ecológico recorre estritamente aos recursos naturais necessários e a um controlo de qualidade elevado, reforçando o excelente desempenho das soluções de vidro” sublinha Rui Oliveira, Diretor de Operações na Saint-Gobain Glass Portugal. O Climalit Ecológico está agora disponível, no mercado português, com várias soluções, como o Climalit Ecológico Cool-Lite SKN 176, um vidro de controlo solar com excelente seletividade, e o Climalit Ecológico Planistar, comuma capa de baixa emissividade com baixo fator solar que obtém o máximo conforto no inverno e no verão. Todas estas valências contribuem para a preservação do planeta, eficiência energética, bem-estar do utilizador e conforto acústico. As soluções de vidro duplo Climalit da Saint-Gobain Glass são transformadas pela rede Climalit, auditada para produzir e certificar os seus vidros como Climalit. C M Y CM MY CY CMY K

15 ATUALIDADE Inovação, segurança e conectividade no controlo de acesso O que procuramos num sistema de controlo de acesso? O acesso rápido das pessoas e, ao mesmo tempo, confiança e eficiência. Com base nesta abordagem, a Hikvision desenvolveu o terminal DS-K1T502DBWX-C, que gere o controlo de acesso e integra funções de intercomunicação. Cada vez mais empresas, organizações e até zonas residenciais estão a reforçar a sua segurança recorrendo a sistemas de controlo de acessos. Saber quem acede a um local e a que horas, ou poder estabelecer as restrições necessárias a cada momento são requisitos cada vez mais comuns de quem quer proteger um espaço. O que procuramos num sistema de controlo de acesso? O acesso rápido das pessoas e, ao mesmo tempo, confiança e eficiência. Com base nesta abordagem, a Hikvision desenvolveu o terminal DS-K1T502DBWX-C, que gere o controlo de acesso e integra funções de intercomunicação. Este terminal possui vários métodos de autenticação para garantir uma segurança forte. É equipado com um leitor de cartões (cartão M1, cartão DESfire) com capacidade de até 100 mil cartões e 300 mil eventos, o que o torna uma opção ideal para ambientes com elevado número de utilizadores: garante uma gestão eficiente em organizações de diferentes dimensões, de pequenas empresas a grandes instituições. A gestão remota é uma das suas grandes vantagens. Através da aplicação móvel Hik-Connect, é possível controlar e gerir o terminal remotamente, proporcionando maior comodidade e flexibilidade para os administradores de segurança. Esta função permite monitorizar e gerir os acessos em tempo real, de qualquer lugar e a qualquer hora. Leve para instalar. Leve para manter. E leve para o planeta. Leve para o seu projeto. aluminio-Novo perfil e instalador-210x148mm.pdf 2 02/06/2023 20:14

16 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Grupo Navarra assinala 45 anos com a obra de arte matriz 45 Foi com a obra de arte Matriz 45 que o grupo Navarra assinalou 45 anos de atividade e o seu compromisso com a cultura. No contexto da estratégia de responsabilidade cultural, Navarra Cultura, o grupo desafiou o coletivo de artistas Fahr a criar uma obra que apresentasse a potencialidade artística do alumínio numa linguagem da indústria e da arquitetura, tendo em consideração os princípios ecológicos e a utilização eficiente dos processos industriais. Foi apresentada a 22 de junho, na Galeria Duarte Sequeira, a obra artística que assinala 45 anos de história do grupo Navarra. Um evento intimista que contou com a presença do Comendador e chairman do grupo, Avelino Gonçalves do Carmo, a administração, os artistas, os representantes das galerias Mário Sequeira e Duarte Sequeira e todos os colaboradores que participaram diretamente neste projeto, entre outros, parceiros e convidados. A Matriz 45 foi concebida pelos FAHR 021.3, um estúdio criativo experimental, premiado internacionalmente, que foca o seu trabalho entre a arte e a arquitetura. Arminda Carmo Cunha, co-CEO do grupo Navarra, explicou na abertura do evento a inspiração deste projeto: “queríamos algo diferente para assinalar os 45 anos do grupo e por isso colocámos o repto aos FAHR 021.3 de pensarem uma intervenção artística de alumínio que remetesse para uma linguagem artística da indústria e da arquitetura e que, também, transmitisse o compromisso que temos com a sustentabilidade, com a cultura e com todos os nossos stakeholders. A escultura Matriz 45 diz-nos muito porque representa autenticidade e dinamismo, energia e progresso de todas as pessoas que contribuem para o crescimento do grupo Navarra.” Os FAHR 021.3 apresentaram o conceito artístico da peça Matriz45 invocando que “a ocasião de uma obra é sempre uma abertura para a deslocação do pensamento. A Matriz 45 é um híbrido entre o mundo da arte e da indústria. Serão estes dois universos afinal tão distintos?” A escultura Matriz 45 foi desenvolvida ao longo de 13 meses. Durante este processo, das provas à produção, foram extrudidas cerca de 13 toneladas de alumínio e anodizados 145 perfis que totalizam 942,5 metros lineares, 17 500 metros de solda que resultaram numa obra de arte compacta de 13 metros com oito toneladas. Este projeto, além dos artistas, teve o emprenho de 74 pessoas, que dedicaram 548 horas de trabalho onde se acresce 74 horas com o recurso às máquinas. Todo o projeto foi coordenado internamente pelo Departamento de Comunicação do grupo Navarra com a curadoria de Guilherme Braga da Cruz, e a colaboração de uma equipa técnica e operacional da empresa, que executou todo o trabalho de produção e montagem, sob orientação dos artistas. O conceito de iluminação foi pensado pela arquiteta e designer de luz, Rita Mier, e instalado pela empresa Alfilux, para que se possa apreciar a obra artística na ausência de luz natural. No contexto deste projeto foi desenvolvido um catálogo, concebido pelo designer André Cruz, onde se apresenta o processo artístico e de investigação, a crítica de arte por Fabrícia Valente e o registo fotográfico pela lente de Nelson Garrido. Integrado no catálogo é oferecido um fragmento original da escultura. Cada um destes múltiplos é uma fração da obra de arte, que apresenta a sua particularidade, irregular e irrepetível, seriada e anónima da Matriz 45. Segundo Regina Sequeira, diretora de comunicação: “este projeto nasce no âmbito da estratégia Navarra Cultura, iniciativa que tem como objetivo dar a conhecer as diversas potencialidades do alumínio, apoiando artistas emergentes e outras iniciativas culturais, das mais variadas vertentes artísticas, proporcionando à comunidade o contacto com a arte. Acreditamos que a arte, nas suas mais variadas vertentes, são fontes importantes para a qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento social e cultural da sociedade”. A obra de arte Matriz45 está exposta na Galeria Duarte Sequeira, aberta ao público em Braga. © Nelson Garrido.

17 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.NOVOPERFIL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Vidros à prova de fogo AGC Pyrobel certificados Cradle to Cradle Silver Com esta nova certificação, a AGC confirma o seu compromisso de melhoria contínua no desempenho ambiental dos seus produtos, através da obtenção do nível de prata de Cradle to Cradle Certified para os seus produtos de vidro resistentes ao fogo, Pyrobel e Pyrobelite. Obtendo a certificação Cradle to Cradle Prata para produtos de vidro resistentes ao fogo, a AGC continua a cumprir o seu objetivo de tornar os produtos de vidro sustentáveis. O nível de certificação alcançado para as gamas Pyrobel e Pyrobelite é o Prata, atingindo o Ouro em quatro de cinco categorias: reutilização de materiais, gestão da água e das energias renováveis e do carbono e equidade social. A AGC Glass Europe oferece a gama mais completa de produtos de vidro certificados Cradle to Cradle nos três níveis: Bronze, Prata e Ouro. A AGC consolida-se como líder europeu em vidro resistente ao fogo Com uma gama completa de produtos de vidro resistentes ao fogo, acompanhados por um apoio técnico abrangente e dedicado, a AGC está a desempenhar um papel ativo na proteção contra incêndios de pessoas e edifícios. A Pyrobel (ite) é uma gama de vidro laminado de segurança que proporciona uma proteção eficaz contra incêndios durante trinta a 120 minutos. Estes produtos cumprem todos os requisitos, normas, diretrizes e protocolos de segurança aplicáveis emmatéria de segurança contra incêndios. A Pyrobel está emconformidade comas classificações europeias E (Estanquidade a chamas e gases quentes), EW (Estanquidade e Radiação) e EI (Estanquidade e Isolamento). Ao optar por vidros Pyrobel certificados Cradle to Cradle com o nível prata, arquitetos e designers podemgarantir a sustentabilidade dos seus projetos, bem como obter as mais altas classificações emprogramas de certificação ambiental de edifícios, tal como o exigente LEED. Vidros antifogo Pyrobel com certificado C2C Prata. Timbera lança marketplace global Criada com o objetivo de revolucionar a indústria da madeira de forma sustentável, a Timbera acaba de apresentar-se ao mercado para conectar compradores e vendedores à escala global. A nova marca do Grupo Vicaima disponibiliza, num único local, ummarketplace digital a todos os profissionais do setor da arquitetura e construção. Desde o abastecimento e aquisição até à conformidade e financiamento, a plataforma all-in-one oferece um conjunto abrangente de serviços baseados na colaboração e numa experiência de utilizador intuitiva e humanizada, incluindo ferramentas de pesquisa avançadas e um chat, onde cada comprador e vendedor podem interagir diretamente. Entre várias funcionalidades, a Timbera dispõe de um recurso de partilha centralizada de documentos, permitindo que todos os envolvidos acompanhem cada processo de compra e venda ao detalhe, e uma equipa de especialistas em live chat disponível para apoiar os profissionais de forma personalizada.

18 PERFIL EVENTOS PORTUGUESES ARRECADAM SEGUNDO LUGAR EM CONCURSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA DA SAINT-GOBAIN A equipa da Universidade da Coreia (do Sul) foi a grande vencedora da 18.ª edição do Concurso Internacional de estudantes de arquitetura da multinacional. Mafalda Monteiro Mariana Sousa e Rafael Gonçalves, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, conquistaram o segundo lugar do Concurso Internacional de Estudantes de Arquitetura da Saint-Gobain, empresa que opera em Portugal desde 1962. O projeto intitulado “The Contemporary Pombalina House” baseou-se no modelo de uma casa pombalina, utilizando materiais Saint-Gobain com baixas emissões de CO2. Destacou-se ao integrar inovação num edifício existente, pela reutilização de materiais e ao refletir a dimensão local, tirando partido de materiais da região envolvente. O primeiro prémio foi atribuído a três jovens sul-coreanos, da Universidade da Coreia: Se Kwang Kim, Hyemin Na e Iana Kim com o projeto “Green Wave”. Com este projeto, os criadores procuraram criar uma transição suave entre dois edifícios (um novo edifício sustentável e um reabilitado), assente numa circulação natural das pessoas. O conjunto visa ser mais um motivo de atração para locais e visitantes. O projeto, que ocupou 800 horas de trabalho desta equipa, permite renovar, utilizando soalho “verde” e sombras móveis. Em terceiro lugar, ficou uma equipa da Universidade Ibero-Americana do México, como projeto “TheWarehouse”, que envolveu a utilização de elementos pré-fabricados. Iñigo Artigas e Alejandro Gutiérrez inspiraram-se nos armazéns ribeirinhos de Lisboa e integraramestratégias passivas como o efeito de estufa e intercâmbio de calor para melhorar a qualidade térmica e do ar interior. A solução reduz a pegada de carbono e melhora o conforto acústico. Os três primeiros classificados receberam prémios monetários. Foram ainda atribuídos um prémio especial do júri, à Universidade Pontifical Bolivariana (Colômbia), como

19 PERFIL EVENTOS projeto “Dwellings in Memory, Building an Adaptive Lisbon”, de Conchita Escobar e Raquel Bernalm, e um prémio, também especial, que resultou da votação das outras equipas, entregue ao projeto “Yellow”, de Magdalena Kazulak e Konstancja Staniecka, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Weoclaw, na Polónia. Todos os projetos destes e de outros jovens arquitetos estão disponíveis no site do Concurso Internacional de Arquitetura da Saint-Gobain. Nas suas várias fases, o concurso contou com cerca de 1300 participantes, oriundos de 30 países e de 178 universidades. Lisboa foi a cidade escolhida este ano para acolher o desafio de projeto arquitetónico proposto aos concorrentes e para a fase final da 18ª edição do concurso promovido pela Saint-Gobain, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa. Foram apresentados projetos de estudantes de arquitetura de todo o mundo idealizados para um terreno pertencente ao município, incluído no Plano de Pormenor do Aterro da Boavista. SUSTENTABILIDADE RUMO À NEUTRALIDADE A Saint-Gobain tem uma estratégia de negócio centrada na sustentabilidade do planeta e bem-estar dos utilizadores. As alterações climáticas, a preservação de recursos naturais e a mudança acelerada na construção, a economia circular, são os alicerces desta estratégia que visa chegar à neutralidade de emissões de carbono ou contribuir para a melhoria das condições de vida e de conforto dos habitantes de todo o mundo. Foi deste modo que Benoit Bazin, CEO da Saint-Gobain, recordou o desafio colocado aos concorrentes, “totalmente alinhados com a estratégia da empresa”. A premissa global foi a sustentabilidade dos edifícios projetados e a criação de condições de bem-estar para os utilizadores, com impacto nas pessoas e no planeta. Os projetos deveriam também contribuir para simplificar a cadeia de valor da construção (muito extensa, complexa e fragmentada globalmente), envolvendo as múltiplas partes interessadas na cadeia, incluindo os arquitetos, explicou ainda Bazin. Gabriel Golumbeanu, diretor de mercados especiais, advocacy e sustentabilidade da Saint-Gobain, na Roménia, e coordenador Internacional do concurso para estudantes, anunciou os vencedores da edição deste ano, destacando a qualidade dos projetos, assentes na sustentabilidade em matéria de energia, água e conforto interior e ainda em soluções de pré-fabricação e modularidade que permitem criar projetos mais baratos e também sustentáveis. Thierry Fournier, vice-presidente sénior e CEO para a região Sul da Europa, Médio Oriente e África, reforçou a importância dos estudantes e da sua criatividade para contribuir para sustentabilidade da região que dirige, uma região multifacetada que incluí países como Portugal ou Itália, mas também países em África com percursos de sustentabilidade díspares. “Procuramos soluções acessíveis, tirando partido da cadeia de valor, evitando acréscimos desnecessários de preços”, assinalou, exemplificando que é possível reduzir os consumos energéticos ao longo da cadeia de valor ou otimizar processos. “Atualmente, já temos clientes que além dos preços e dos prazos, também apresentam requisitos de impacto/redução de emissões de carbono”. José Martos, CEO da Saint-Gobain Portugal, centrou a sua apresentação nos objetivos da empresa, que pretende ser líder no país na redução das emissões de carbono, contribuindo para os objetivos portugueses de neutralidade carbónica para 2050: nula nesse ano. Uma vez que 50% destas emissões provem do sector da construção quer na altura da obra quer ao longo do ciclo de vida dos edifícios, a Saint-Gobain pretende ter um papel relevante nesta redução. Trata-se de uma multinacional com operações em diferentes momentos da cadeia de valor que consegue reutilizar materiais, desenvolver novos materiais e reduzir a utilização de novos materiais. “Tendo em conta que apenas 15% das habitações [em Portugal] têm certificados energéticos ‘A’ ou ‘B’, há um largo caminho a percorrer emmatéria da melhoria do isolamento, dos materiais (tijolos, argamassas), para a substituição de janelas”, concluiu. Os prémios vão agora viajar para a Finlândia, país que irá receber a 19ª edição do concurso no próximo ano. n “Já temos clientes que, além dos preços e dos prazos, também querem saber quais os impactos ambientais ou quanto se vai reduzir na emissão de carbono” - Thierry Fournier, Saint-Gobain

ENTREVISTA 20 PERFIL ANA LUZ, GESTORA DO ARCHI SUMMIT “É impossível não contemplarmos a responsabilidade inerente à Arquitetura enquanto agente transformador do território” Entre 5 e 7 de julho, Matosinhos recebe a 7ª edição do Archi Summit, que está bem encaminhada para bater o record de visitantes da edição anterior, segundo revela Ana Luz, gestora o evento. Saiba o que pode esperar da edição deste ano, sob o lema "TransForm" - Transformations of Objects, Spaces, and Living Acts Beyond Form. Sónia Ramalho Face à edição de 2022, quais as perspetivas da organização para a edição de 2023? Quais as áreas a melhorar e a inovar? Esta é já a 7ª edição do Archi Summit. Começámos o evento em 2015, no Porto, e todos os anos alterámos o local de acolhimento do evento, que sempre nos pareceu importante para que funcionasse, além dos conteúdos das conferências, como ativador de diferentes espaços. Equipa Archi Summit 2023: Curadoria (Moncada Rangel, Bruno Moreira, Ana Luz e Elsa Oliveira) e arquiteto Luís Garcia.

ENTREVISTA 21 PERFIL Depois de, entre 2017 e 2019, termos realizado o Archi em Lisboa, com enorme sucesso e adesão, resolvemos, ultrapassada a pandemia - que trouxe também muitos constrangimentos ao formato presencial -, retornar a casa. A edição do ano passado representou não só o regresso ao formato presencial, mas também ao Porto onde, a partir de uma parceria com a Ordem dos Arquitetos, teve lugar no evento o lançamento do concurso de arquitetura para o espaço que estávamos a ocupar: o Palácio Ford, um terreno industrial abandonado e expectante da cidade. Este ano, mantendo a lógica de não repetirmos espaços, o evento terá lugar na Casa da Arquitetura, emMatosinhos. É uma parceria natural com uma instituição que representa a Arquitetura ao mais alto nível nacional e internacional e que ocupa um espaço - um reabilitado complexo industrial - altamente propício a um evento como o Archi. Além disso, a existência de um espaço exterior muito fluído, característica que também temos procurado nos espaços acolhedores das edições passadas, e o facto de ter os seus próprios conteúdos, nomeadamente exposições, são fatores que apenas aumentam as possibilidades para os participantes. Tudo isto enquanto nos reunimos a falar e a discutir sobre arquitetura com nomes amplamente reconhecidos e que geram imenso interesse ao público específico dos arquitetos. Este ano, o evento terá lugar na Casa da Arquitetura, em Matosinhos. Vão conseguir quebrar o recorde de participantes este ano? Temos a profunda convicção que sim. Aliás, o número de inscrições até à data assim o antevê. Porquê o tema TransForm, escolhido para a 7ª edição do Archi Summit? É, hoje em dia, impossível não contemplarmos a responsabilidade inerente à arquitetura enquanto agente transformador do território, o seu papel nummundo em transformação, que passa inevitavelmente por uma nova ótica sobre como se faz e constrói. Essa responsabilidade representa também uma oportunidade para fazer diferente. Com esta edição, sob o lema “TransForm” - Transformations of Objects, Spaces, and Living Acts Beyond Form, embarcamos numa exploração dos princípios do design, além da dimensão objetal da arquitetura, como forma de diplomacia, estabelecendo ligações entre o passado e o futuro, cidades e territórios, produções e comportamentos, seres humanos e o universo. Numa visão holística que compreende o ato de projetar atento a outras sensibilidades. O design, enquanto modo de diplomacia, tem a responsabilidade ética de harmonizar as nossas necessidades com o equilíbrio ecológico do nosso planeta.

ENTREVISTA 22 PERFIL Quem vai ser responsável pela curadoria da 7ª edição e porquê desta escolha? Este ano, a curadoria fica a cargo da dupla de arquitetos Moncada/Rangel, uma parceria que se transporta desde a edição passada. Estabelecemos uma relaçãomuito boa com esta dupla curatorial que, divididos entre Portugal e Itália, mantêm uma prática arquitetónica extremamente ampla. O seu atelier é um verdadeiro laboratório sobre urbanismo, território, design… além disso têm ótimas relações com a academia, o que potencia a relação compráticas mais especulativas, bemcomo comprática profissional no seu sentido mais convencional, ou seja, do projeto e da construção. Quais os temas que vão estar em destaque na edição deste ano? O primeiro dia de conferências, subordinado ao tema “Disciplina”, conta com apresentações de convidados que se debruçarão sobre as suas práticas arquitetónicas num contexto exclusivamente disciplinar. Em colaboração com a Ordem dos Arquitetos-Secção Norte, destacamos três gabinetes de arquitetura sediados no Porto. No segundo dia, subordinado ao tema “Processo”, reunimos três convidados cuja atividade profissional recente gira em torno da curadoria de eventos de arquitetura. Destacam-se o grupo Fosbury e Andreia Garcia, curadores responsáveis pela participação nacional de Itália e Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023, que contribuirão para este tema, bem como Mariana Pestana, cuja atividade curatorial ultrapassa as fronteiras de Portugal. Adicionalmente, contamos tambémcomo jovemgabinete italiano “Fondamenta” e o consagrado Office for Metropolitan Architecture (OMA/AMO Rem Koolhaas), representado por GiulioMargheri dos OMA. Duas entidades que valorizammuito o processo de análise e conceção que precede a construção. A estes nomes juntam-se ainda os ateliers Formafantasma, Teresa Sapey ou Amid Cero9, cujo trabalho reside na interseccionalidade de práticas, comparticular atenção ao design through research; bemcomo Didier Fiuza Faustino, artista-arquiteto luso-francês, cujo trabalho, amplamente reconhecido, habita o cruzamento entre intervenção urbana e práticas artísticas contemporâneas. Quais os highlights da ediçãode 2023 que gostariamde destacar e que os visitantes não podemperder? Há uma atenção muito expressiva nesta edição a práticas que estão atentas aos processos de design a partir de múltiplos fatores e disciplinas. A investigação que se serve da história, sociologia, métodos aplicados de design, política, ecologia temum lugar muito central e transversal ao trabalho dos convidados. É uma edição para refletir e descobrir novos caminhos. Este ano vão lançar as Archi Talks. Emque consistem? O Archi Summit tem, ao longo do seu percurso, desdobrado-se em várias atividades e iniciativas complementares. Sempre conscientes que é possível fazer mais, difundir a arquitetura junto de outros públicos e que para isso é necessário encontrar parceiros que acompanhem esse trabalho. Dentro desse ecossistema, a Archi Talks é uma iniciativa em colaboração com a OASRN. Inauguramos um ciclo de conferências que promove a arquitetura e os seus profissionais em todo o território nacional, de uma forma que permita maior democracia no acesso a conteúdos e ao debate. Com esta iniciativa pretende-se contribuir para descentralizar o debate arquitetónico dos grandes centros urbanos, através da discussão de temas emergentes, mas também através da apresentação de projetos de investigação e de soluções construtivas inovadoras. A primeira edição realizou-se no Teatro Municipal de Bragança, no dia 18 de março, e outras mais virão. Quais são as iniciativas paralelas de maior relevo? Este ano apostamos num programa paralelo mais vasto. No seguimento do já promovido em edições anteriores temos as Morning Tours - visitas guiadas de grupo a locais de interesse cultural e turístico da área metropolitana do Porto, que se realizam durante os três dias do evento na parte da manhã. O objetivo destas tours é enaltecer e promover a arquitetura portuguesa, dando a conhecer espaços que geram curiosidade, mas que por tendência não são acessíveis. Além destas, teremos também as Master Classes, uma novidade desta edição e que acreditamos será um ótimo complemento. Além das diversas conferências, iremos apresentar um conjunto de palestras conduzidas por especialistas altamente experientes nas diversas áreas que vão estar em destaque - “O Potencial do BIM nos Projetos de Arquitetura”, “Branding e Presença Digital Em Redes Sociais”. A ideia é incidir, de uma forma mais concreta e prática, sobre temas e práticas da ordem do dia na vida dos arquitetos, colmatando assim o universo mais conceptual das conferências com um programa muito formativo e prático. n As Architalks vão permitir maior democracia no acesso a conteúdos e debate

Imaginamos para além dos limites na projeção de um mundo sustentável. Cada casa não são apenas quatro paredes, mas uma escolha! O alumínio é infinitamente reciclável e nunca perde as suas propriedades. Na TECHNAL, utilizamos Hydro CIRCAL®, uma liga de alumínio de qualidade superior produzida a partir de um mínimo de 75% de alumínio reciclado pós-consumo. O processo de fabrico deste alumínio é certificado por uma empresa de certificação independente (DNV-GL), e tem uma pegada de carbono 84% menor do que a utilizada na maior parte do mundo, confirmada por uma EPD. IMAGINE WHAT’S NEXT CONSTRUIR UMA CASA SEM CORTAR ÁRVORES IMAGINAR ALÉM DOS LIMITES Janelas - Portas - Fachadas www.technal.com

24 PERFIL DOSSIER CASAS PASSIVAS casA’s+ passivas Em Portugal, assim como noutros países na Europa, a importância e preocupação referente à eficiência energética nos edifícios tem crescido nos últimos anos. Nesse sentido têm sido implementadas diversas políticas e programas de incentivos com o objetivo de melhorar a eficiência energética das habitações portuguesas. Rita Sargento Técnica Especialista da ADENE – Agência para a Energia Atualmente, grande parte do parque edificado nacional, em especial as habitações mais antigas, é constituído por casas que apresentam um baixo nível de eficiência energética. Caracterizam-se por um elevado consumo de energia para climatização, iluminação e uso de outros sistemas que, como resultado de um isolamento insuficiente ou inexistente e da utilização de janelas e portas ineficientes e mal vedadas, representa um custo significativo no orçamento familiar para manter o conforto na habitação. Assim, e de forma a tentar inverter esta curva de ineficiência energética nas habitações, é cada vez mais premente uma consciencialização geral da importância dos elementos construtivos, dos componentes e dos próprios métodos de construção para a eficiência energética, melhorando a qualidade de vida dos ocupantes e reduzindo as emissões de gases com efeito estufa associadas ao uso dos edifícios. A construção sustentável, através de uma visão inovadora, tem vindo a ganhar grande relevância no setor da construção, apresentando novos conceitos e abordagens arquitetónicas. Entre essas abordagens, destacam-se as “casas passivas”, uma mudança na forma como projetamos e construímos as nossas habitações, com o objetivo de reduzir o consumo de energia e minimizar o impacto ambiental da construção. EM QUE CONSISTE O CONCEITO “CASAS PASSIVAS”? As casas passivas são edifícios energeticamente eficientes projetados para reduzir significativamente o consumo de energia, proporcionando um ambiente interior confortável e saudável para os seus ocupantes. O conceito de “Passivhaus”, com origem na Alemanha, na década de 1990, rapidamente se espalhou por toda a Europa e pelo mundo. O termo “passiva” refere-se a casas que podem alcançar um nível de conforto térmico e de qualidade do ar interior excecionais sem a necessidade de utilização de sistemas energéticos convencionais (ativos, ie, consumidores de energia) para aquecimento ou arrefecimento. Com a aplicação deste conceito nos edifícios é possível quebrar o círculo vicioso de consumos energéticos para aumentar o conforto em casas ineficientes. Este círculo vicioso traduz-se no acréscimo das necessidades de aquecimento e arrefecimento das habitações, que implica a utilização de equipamentos de climatização, aumentando o consumo de energia associado aos edifícios. Esse aumento de consumo obriga a uma maior produção de energia, que se não puder ser suprida por fontes renováveis, contribuirá para o crescimento de emissões de gases com efeito de estufa, o agravamento do aquecimento global e consequente subida das temperaturas médias da terra. Com as contínuas variações de temperatura, e com o aumento dos picos mínimos e máximos de temperatura, as habitações que apresentem fracas características de eficiência energética, proporcionarão menos conforto com necessidades energéticas cada vez maiores, contribuindo para a perpetuação deste ciclo. Uma das principais características das casas passivas é o elevado nível de eficiência energética. As casas são projetadas para minimizar as perdas, maximizar os ganhos de energia e aproveitar as condições climatéricas

25 PERFIL DOSSIER CASAS PASSIVAS locais, reduzindo a necessidade de sistemas ativos e respetivos consumos de energia. Uma casa que reúna estas características apresenta uma boa qualidade do ar e elevados níveis de conforto para os seus habitantes, está em linha com o conceito de “casa passiva”. QUAIS SÃO OS SEUS PRINCÍPIOS? De acordo com a Passivhaus1, o conceito baseia-se na correta conceção arquitetónica com a combinação de isolamento térmico de alta qualidade, eliminação de pontes térmicas, estanquidade ao ar, uso de janelas e portas altamente eficientes e controlo da ventilação. A conceção arquitetónica das casas desempenha um importante papel inicial na construção de uma habitação: desde a orientação da própria casa, com o objetivo de otimizar a utilização da luz solar, fornecendo um aquecimento passivo durante os meses de inverno e minimizando o aumento de temperatura interior no verão, à escolha mais acertada dos materiais utilizados na construção da habitação em termos de isolamento das fachadas e vãos envidraçados, minimizando as perdas térmicas e maximizando os ganhos quando estes são mais necessários. MAS PODEMOS TRANSFORMAR AS NOSSAS CASAS EM “CASAS PASSIVAS”? A construção sustentável, mais concretamente a construção de “casas passivas”, desempenha um importante papel na redução da pegada ambiental, assim como na sua renovação. O conceito não está unicamente ligado às novas construções, sendo possível, através da implementação de intervenções e soluções adequadas, aproximar uma casa existente do conceito de “casa passiva”. Neste âmbito, uma das áreas de maior importância é o isolamento térmico, pois este é fundamental para reduzir a transferência de calor entre o interior e o exterior da casa, garantindo uma temperatura confortável em todas as estações do ano e, desta forma, diminui a necessidade de consumo de energia para climatização. Outra áreamuito importante é a estanquicidade das habitações. Através da selagem de todas as juntas, pontos fracos e conexões, será possível reduzir as infiltrações de ar não controladas e não desejadas, para evitar as perdas de calor e ajudar a manter uma temperatura interior confortável. Esta estanquicidade das casas tem de ser acompanhada pela aplicação de uma ventilação controlada e eficiente para manter a qualidade do ar interior nas casas passivas. Um elemento-chave na renovação energética das habitações convencionais para as transformar em “casas passivas” é a instalação de portas e janelas eficientes. Estes elementos devem conferir o nível máximo pos-

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